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Peregrinos pedem pelas famílias e por um país "melhor"

Junto ao Santuário de Fátima, estavam hoje de manhã três peregrinas, Maria de nome, que de Figueiró, Amarante, se fizeram à estrada a pé para pedir pela família e também por um país "melhor".

Peregrinos pedem pelas famílias e por um país "melhor"
Notícias ao Minuto

12:24 - 12/05/14 por Lusa

País Fátima

"No que se tornou o nosso país, famílias desempregadas, pessoas a passar fome", lamentou à agência Lusa Maria da Graça, de 52 anos, também ela desempregada há quatro anos.

Maria, que se desloca à Cova da Iria para cumprir uma promessa, aproveita para pedir pelos seus e pelos outros: "Vim pedir pela família, pelo país", afirmou.

Do mesmo grupo, Maria da Conceição, de 59 anos, desempregada há oito, disse que "não pensava que o país ficasse desta maneira", referindo a "miséria" que se assiste em muitas famílias.

"Já somos velhas para trabalhar e novas para a reforma", desabafou, quem, apesar das vicissitudes da vida, deposita fé que o país mude para "melhor".

Maria da Glória, de 57 anos, acrescentou que vai marcar presença na peregrinação de maio, que hoje arranca, "para agradecer a Nossa Senhora tudo de bom que tem", lembrando o marido e filhos, que "têm emprego", e os netos.

Agradecer ou pedir estão entre os verbos que os peregrinos mais repetem em Fátima, mas foi com "desistir" que se confrontou Cristina Carvalho, auxiliar médica de 37 anos, de Caxinas, Vila do Conde, quando a jornada a pé de 220 quilómetros lhe parecia impossível de terminar.

"Ao chegar passa tudo", garantiu a peregrina, que realizou uma maratona por dia a andar, tarefa "olímpica" que acabou bem-sucedida e lhe permite, no santuário, rezar também para que o país "melhore um bocadinho".

Ana Pinho, de 29 anos, também pensou em regressar a casa quando os cerca de 200 quilómetros, entre Fânzeres, Gondomar, e Fátima, pareciam não ter fim. Os pés, com ligaduras, o andar, arrastado, não deixam dúvidas.

"Foi a primeira vez que vim a pé, mas acho que, apesar das dificuldades, repetia", afiançou a jovem que a "devoção e o cumprimento de uma promessa" levaram a Fátima.

Igualmente de Fânzeres, Palmira Canises, de 62 anos, expressa um desejo, que espera ter eco além do santuário da Cova da Iria: "Que o Governo pense nos jovens para não emigrarem e nos reformados".

A abertura oficial da peregrinação internacional aniversária de 12 e 13 de maio, 97 anos após os acontecimentos de Fátima, está marcada para as 18:30 de hoje, na Capelinha das Aparições, encerrando com a missa, seguida da procissão do adeus, na manhã de terça-feira, no recinto do santuário. Preside o patriarca latino de Jerusalém, Fouad Twal.

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