Grande parte de Lisboa não resistiria a sismo

A Assembleia da República é dos poucos edifícios estratégicos a ter sido alvo de alterações. Em caso de sismo, a maior parte dos hospitais, escolas, ministérios e milhares de habitações não deverá resistir, adianta o semanário Sol.

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Notícias Ao Minuto
02/05/2014 11:06 ‧ 02/05/2014 por Notícias Ao Minuto

País

Risco

Lisboa continua a ser uma cidade frágil perante a possibilidade de se repetir um sismo como o de 1755, explicaram especialistas na área ao jornal Sol.

“Do ponto de vista sísmico, grande parte dos hospitais públicos terá uma grande vulnerabilidade”, revelou ao Sol o engenheiro civil especializado em reforço sísmico. O hospital Santa Maria é dos poucos espaços que apresenta alguma resistência.

Os edifícios mais antigos são, regra geral, os mais vulneráveis, por terem sido construídos antes de haver regulamentação sísmica como acontece hoje em dia. A nova sede da Polícia Judiciária, por exemplo, é um dos edifícios mais seguros do país. E está a poucos metros de uma das escolas mais frágeis, o ilustre Liceu Camões.

Ao nível as escolas, em todas as que foram intervencionadas pela Parque Escolar houve reforço antissísmico – e foi também com esses projetos que se apurou que o reforço por metro quadrado custa entre 20 e 100 euros. Também a Assembleia foi reforçada, em 2008, após orientação de um estudo, com os custos a não ultrapassarem 30%. É, ainda assim, dos poucos edifícios estratégicos preparados para resistir a um sismo de maior intensidade.

Os especialistas contactados pelo Sol referem que as duas pontes, a 25 de Abril e a Vasco da Gama, deverão também estar seguras, já que foram “projetadas para resistir a vibrações”. Menos sorte, no entanto, deverá ter boa parte das habitações privadas da capital.

Um simulador do Laboratório Nacional de Engenharia Civil estima que um sismo poderá matar entre 17 a 27 mil pessoas. O governo, porém, aprovou em fevereiro o chamado ‘programa low cost’ da reabilitação urbana, sem incluir a necessidade de reforço antissísmico., com Cavaco Silva a promulgar o diploma em abril, apesar das indicações em contrário de especialistas.

Ao Sol, o engenheiro sísmico Mário Lopes explicou que “prédios mais baixos, em particular os de betão com uma qualidade razoável” terão maior probabilidade de resistir, enquanto o risco nos prédios anteriores aos anos 60 é maior, já que se tratam de habitações construídas antes de o cálculo sísmico se ter tornado obrigatório.

A construção pombalina, após o grande sismo de 1755, teve o cuidado de ser particularmente resistente. No entanto, muitos “edifícios sofreram obras posteriores para incluir canalizações, por exemplo, que os debilitaram, alertou Mário Lopes.

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