Tratar 80 doentes ou poupar 4,5 milhões... eis a questão

Cerca de 80 portugueses esperam por um medicamento já utilizado na Europa e com uma taxa de sucesso de 90% contra a hepatite C. Neste momento, acesso ao medicamento só com autorização excecional, feita no hospital e apresentada de seguida no Infarmed, informa o Diário de Notícias.

Utentes questionam hospital de Santarém sobre falta de medicamentos

© Reuters

Notícias Ao Minuto
17/04/2014 09:08 ‧ 17/04/2014 por Notícias Ao Minuto

País

Infarmed

Foi aprovado na Europa a 17 de janeiro e tem uma taxa de cura de 90%. Mas como estudos relativos à comparticipação ainda não estão concluídos, o acesso ao medicamento é dificultado. Há entre 80 a 85 doentes portugueses à espera desta solução. Estima-se que custos associados aos pedidos em espera, sem negociação com a indústria, rondem os 4,5 milhões.

Alguns dos que esperam são casos em que a ausência de tratamento pode ser fatal no período de ano, a ano e meio, menos em casos de cancro no fígado, informou a presidente da SOS Hepatites, Emília Rodrigues, ao DN.

Estes casos de doenças mais avançadas, em que não se chegou à cura com outros tratamentos, são analisados pela unidade hospitalar e têm de ser depois aprovados pela comissão de farmácia e terapêutica e pela administração. Tudo isto ainda antes de irem ao Infarmed.

Geralmente, o custo ronda os 48 mil euros por três meses, embora haja casos em que o tratamento tenha de chegar aos seis meses. O transplante, que custa mais de cem mil euros, é muitas vezes a alternativa possível. “Devia fazer-se tudo para evitar chegar a esta fase”, alerta a presidente da SOS Hepatites, ainda ao DN.

Só alguns dos infetados com hepatite C apresentam, na fase aguda, sintomas de doença e estima-se que apenas 30% dos cerca de cem mil doentes estarão diagnosticados, para serem devidamente acompanhados.

Partilha de material que esteve em contacto com sangue (por exemplo seringas), tatuagens feitas com má esterilização e sexo de risco contam-se entre os principais fatores de risco. Ainda que seja uma doença crónica, nas condições certas é passível de ser curada para toda a vida. Zé Pedro, guitarrista dos Xutos & Pontapés, debelou a hepatite C que lhe foi diagnosticada em 2001. Músico também já foi o rosto de uma campanha de prevenção.

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