Divergências relativamente à posição da Fundação em questões como a educação terão precipitado saída do sociólogo da FFMS. A decisão foi já comunicada ao conselho de administração e, ao contrário do esperado, Barreto não deverá manter ligação alguma à instituição.
Já se sabia desde 2013 que o jurista Nuno Garoupa iria substituir Barreto como presidente-executivo, embora a expectativa passasse por este último continuar ligado ao conselho de administração. Mas segundo o Diário Económico de hoje as diferenças de opinião, nomeadamente em torno da estratégia da instituição em áreas como o ensino superior, onde Alexandre Soares dos Santos, patriarca da família que detém o grupo Jerónimo Martins, tem defendido uma postura mais interventiva, contribuíram para este afastamento.
Embora nem Barreto nem Soares dos Santos tenham falado publicamente sobre eventuais divergências, a verdade é que já no ano passado, em entrevista à Renascença, Soares dos Santos tinha deixado críticas implícitas, quando se referiu à dificuldade de definir consensos: “ter ideias é fácil. O problema é depois chegarmos ao acordo sobre que tipo de projetos vai avançar. Isso aconteceu com a FFMS”, confessou na altura.
Criada há cinco anos, com um orçamento anual de 5 milhões de euros, a Fundação é responsável pela Pordata, uma base de dados disponibilizada online, e a publicação de obras em diferentes áreas das ciências sociais.