Quercus faz balanço positivo do Parque Natural da Serra de São Mamede
Vinte cinco anos depois da criação do Parque Natural da Serra de São Mamede (PNSSM), a associação ambientalista Quercus fez hoje um balanço "positivo" da atividade no espaço, mas alerta para os "problemas" causados pela mão humana.
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País 25 anos
"O balanço acaba por ser positivo, mas apontamos alguns aspetos que nos merecem alguma preocupação, como a pressão que existe para a instalação de parques eólicos", disse o presidente da Quercus, Nuno Sequeira, à agência Lusa.
A instalação "irregular" de vedações de grandes dimensões, a aplicação de herbicidas "sem controlo" e o "desinvestimento" por parte do Estado naquele parque fundado em 14 de abril de 1989 - a primeira e única área protegida na região do Alto Alentejo -, são outras das preocupações apontadas por Nuno Sequeira.
Em comunicado, os ambientalistas da Quercus apontam como uma das "maiores fraquezas" da vida do parque a "instalação ilegal" de um campo de golfe em Marvão (inativo) bem como, recentemente, a construção de um parque eólico que "provocará efeitos negativos" a nível da paisagem, geologia, flora e na fauna.
A florestação intensiva com substituição da floresta nativa por monoculturas de eucalipto e pinheiro-bravo, a intensificação agrícola que inclui lavouras profundas, o descortiçamento "inadequado" e o sobrepastoreio em áreas "mais sensíveis", são outros fatores que a Quercus critica.
A "artificialização" das linhas de água com a "destruição" da vegetação ribeirinha causada pela "ocupação" das margens com culturas, constitui para os ambientalistas "uma das causas" para a perda de biodiversidade naquele espaço, "favorecendo a invasão" por espécies exóticas.
Apesar destas críticas, Nuno Sequeira afirma que o balanço da atividade do parque é "positivo", porque tem sido possível ao longo dos últimos 25 anos "compatibilizar" a atividade humana com a conservação da natureza.
A Quercus exige, no entanto, a criação de um programa de sensibilização e incentivo a práticas agrícolas sustentáveis e tradicionais e um "programa de controlo" de espécies exóticas, associado à "recuperação" de vegetação ribeirinha nas linhas de água, bem como "exigências mais rigorosas" relativas à instalação de vedações.
Sobre o parque eólico instalado no PNSSM, os ambientalistas pedem a sua "desativação" em períodos de migração de espécies da avifauna, de modo a evitar um maior número de mortes por colisão com os aerogeradores.
A Quercus, que aponta o PNSSM como um espaço com "enormes potencialidades" nos setores do turismo, agricultura e investigação científica, sublinha, ainda, que o parque possui o abrigo de morcegos "mais importante" do país.
Nesse sentido, consideram fundamental garantir a proteção do mesmo para "evitar a sua perturbação" e condicionar as atividades humanas, como a destruição do coberto vegetal ou a agricultura intensiva com uso de inseticidas.
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