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Fusão de cursos de saúde "põe em causa tratamento de doentes"

Os alunos de Medicina Nuclear e Radioterapia estão contra uma proposta de fusão dos cursos, alertando para os perigos no tratamento dos doentes, já que a formação passaria das três mil horas atuais para menos de 200.

Fusão de cursos de saúde "põe em causa tratamento de doentes"
Notícias ao Minuto

15:01 - 22/03/14 por Lusa

País Saúde

A proposta, da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), defende que os cursos de Medicina Nuclear, Radiologia e Radioterapia deviam fundir-se e dar origem a uma nova licenciatura em Imagem Médica e Radioterapia.

Assim que os estudantes tomaram conhecido da proposta organizaram-se e fizeram um abaixo-assinado, que está disponível online em http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT72954 e, ao início da tarde de hoje, concentraram-se em frente ao Ministério da Educação e Ciência, em Lisboa.

Consideram que está em causa o seu futuro profissional, mas também a qualidade dos serviços de saúde prestados aos utentes, lembrando que quem tem um problema oncológico é visto por estes profissionais.

"Nessa situação, preferia ser recebido/tratado por um profissional com quatro anos de formação especializada e que por isso mesmo sabe o que está a fazer ou por um outro, muito mais indiferenciado?", questionam no abaixo-assinado, que conta já com mais de 3.600 assinaturas.

Caso a proposta avance, os alunos dizem que a Medicina Nuclear será "alvo de menos do que 100 horas de formação e a Radioterapia menos de 180 horas (em comparação com as cerca de 3.000 horas atuais)" definidas para as duas especialidades.

Segundo os estudantes, o relatório não refere "qualquer tipo de preocupação com a qualidade dos serviços prestados nem com a Segurança do Doente/Utente".

Além de pôr em causa os serviços prestados, acusam as instituições de ensino superior de se preocuparem apenas com a sustentabilidade das instituições e esquecerem a empregabilidade dos cursos.

Atualmente, aqueles cursos têm a duração de quatro anos e abrem 35 vagas anuais. Os alunos reconhecem que o mercado nacional está saturado, mas garantem que os licenciados portugueses têm muita facilidade em conseguir emprego no estrangeiro.

"Nós temos muitas portas abertas noutros países, porque somos dos poucos com formação específica e de quatro anos. Lá fora, os cursos já estão juntos, o que diminui a qualidade da prestação dos cuidados de saúde", alertou Adriana Quelhas, aluna de 4.º ano da Licenciatura de Medicina Nuclear na Escola Superior de Tecnologias de Lisboa.

Com a eventual fusão dos cursos, disse Adriana Quelhas à Lusa, "vão reduzir as possibilidades de se conseguir emprego lá fora", porque serão vistos como "profissionais de saúde muito menos diferenciados e, forçosamente, menos competentes e autónomos".

"Eles estão apenas preocupados com a sustentabilidade das escolas e não estão nada preocupados com os alunos nem com a empregabilidade dos cursos", criticou a estudante.

O primeiro relatório sobre propostas de agregação e fusão dos primeiros ciclos de estudos para as áreas das "Tecnologias de Diagnostico e Terapêutica" e "Terapia e Reabilitação" foi realizado por um grupo de trabalho constituído por especialistas na área da saúde, entre os quais elementos das Comissões de Avaliação Externa (CAE) da A3ES para as áreas das "Tecnologias de Diagnostico e Terapêutica" e "Terapia e Reabilitação".

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