Dormir pouco afeta profissionais de saúde e potencia o erro
A Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono (APCMS) lembra, em comunicado, os efeitos nefastos da privação do sono nos profissionais de saúde e afirma que as organizações prestadoras de cuidados de saúde têm a responsabilidade de criar medidas para que os médicos e enfermeiros não sejam afetados pela sonolência e pela fadiga.
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País Fadiga
“Diversos estudos demonstram que os profissionais com menor tempo de sono são aqueles que têm maior suscetibilidade para o engano e para o erro, na prática clínica”, afirma Miguel Meira e Cruz, presidente da Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono (APCMS), num comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
O também investigador do Laboratório de Função Autonómica Cardiovascular da Faculdade de Medicina de Lisboa e coordenador da Unidade de Cronobiologia e Sono do Hospital SOERAD refere que, nos variados estudos feitos sobre os profissionais de saúde, o “tempo de trabalho prolongado e a natureza do horário, distribuído por turnos” são fatores que afetam a “função recuperadora de sono”, pois não dormem o suficiente.
Se na população geral a falta de sono afeta de forma mais ou menos perniciosa a capacidade de reagir perante eventualidades no trabalho, nos médicos e enfermeiros esta privação pode tornar-se extremamente perigosa, pois eles estão sujeitos, diz o comunicado, a “fatores que são, frequentemente, difíceis de controlar, como por exemplo, uma complicação durante um procedimento cirúrgico, e que exigem uma raciocínio claro e célere”.
A exposição a estas circunstâncias pode tornar o erro humano inevitável pois a fadiga e a sonolência nos profissionais de saúde pode não ser totalmente controlada, sendo assim da responsabilidade das organizações prestadoras de cuidados de saúde a criação de medidas que permitam “por um lado limitar o potencial para o erro, por outro, desenvolver medidas que permitam intercetar o erro, antes que o mesmo afete os pacientes”.
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