O burlão que enganou 'meio mundo' no caso Rui Pedro
O advogado Ricardo Sá Fernandes revelou ontem, em tribunal, que José Lorosa de Matos – que está ser julgado por falsificação de documentos – deu pistas falsas e cruéis no caso Rui Pedro, convencendo-o de que tinha encontrado a criança desaparecida em 1998 – e que continua por encontrar. Em 2005, enganou polícias e procuradores e conseguiu sair da cadeia para ir buscar o menino, conta o Público.
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País Tribunais
O advogado Ricardo Sá Fernandes contou ontem, em tribunal, como foi enganado por um burlão no caso Rui Pedro.
O caso remonta a 2005. Lorosa de Matos, que estava preso em Pinheiro da Cruz, por burla, afirmou saber o paradeiro de Rui Pedro, mas alegando não confiar em mais ninguém, quis apenas falar com Ricardo Sá Fernandes.
Numa saída precária da cadeia, o homem revelou-lhe que foi gente da noite de Viseu que levou a criança, que depois tinha ficado à guarda da proprietária de uma mercearia em Inglaterra.
Perante a diretora do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) na altura, Cândida Almeida, e o procurador Rosário Teixeira, e a família do menor, o burlão prometeu ir buscá-lo.
Como estava prestes a usufruir de liberdade condicional, foi posta de lado a hipótese de ser um esquema para sair da prisão e confiaram na sua palavra.
Com autorização para saída precária do estabelecimento prisional de vários dias, Lorosa de Matos foi, supostamente, primeiro a Espanha, onde disse ter confirmado que Rui pedro estava em Inglaterra. Para onde iria de seguida.
Dias mais tarde, ligou para o advogado, que estava acompanhado pelo avô da criança, e disse-lhe: “Alô? Tenho à minha frente o netinho do Sr. Teixeira, está a comer um gelado”. Sá Fernandes admitiu até ter chorado de emoção com o idoso. E depois veio o silêncio absoluto.
“Percebi que nunca tinha saído de Portugal. Nunca mais voltou para a cadeia, desapareceu. Enganou-me a mim, à polícia, ao Ministério Público, à família de Rui Pedro. Era muitíssimo convincente. E eu sou profissional, ando nisto há muitos anos”, declarou o advogado.
Atualmente, está novamente preso e vai responder a tribunal por sete crimes de falsificação de documentos. O burlão já se fez passar várias vezes por agente da Judiciária e da Interpol e tinha diversas identidades falsas.
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