"Uma IPSS do concelho de Palmela aceitou o desafio que nós lançámos, para encontrarmos respostas para situações de emergência no distrito de Setúbal, sejam casos de violência doméstica, retirada de crianças, idosos, tudo o que possa configurar uma situação de emergência", disse.
"Queremos ter um espaço onde as pessoas fiquem em segurança e com acompanhamento técnico", acrescentou, escusando-se, no entanto, a revelar o nome da instituição em causa, já que o acordo ainda não está assinado.
Segundo Ana Clara Birrento, que falava à Lusa durante o V Fórum Social de Palmela, sobre "Economia Social - conceitos, amplitudes e valores de uma economia ética e inclusiva", esta nova valência distrital será instalada em quatro apartamentos com capacidade para cerca de 16 pessoas.
A diretora esclareceu ainda que o custo deste tipo de resposta será de "230/250 euros mensais por pessoa" e anunciou a intenção de disponibilizar a mesma valência, alojamento, na zona do Seixal e do Alentejo Litoral, através de parcerias a estabelecer com outras IPSS.
"Tendo nós a capacidade orçamental para fazer este tipo de trabalho com as IPSS, mais vale fazê-lo com as IPSS, que têm um conhecimento técnico para poder dar algum apoio, em vez de colocarmos as pessoas em hotéis ou pensões, às vezes com menores condições e que podem, até, causar uma maior fragilidade emocional dessas pessoas", justificou.
No Fórum Social, que decorre hoje e amanhã na Biblioteca de Palmela, Ana Clara Birrento revelou ainda que o secretário de Estado da Segurança Social já exarou um despacho que permite utilizar, no próximo ano, uma verba de 325 mil euros, que o centro distrital não utilizou no ano em curso, de 2013.
A diretora adiantou que esses 325 mil euros vão permitir celebrar acordos de cooperação com algumas instituições da Península de Setúbal, que já têm em curso projetos que não beneficiavam de qualquer apoio da Segurança Social.
A estratégia da diretora do Centro Distrital de Setúbal da Segurança Social, de privilegiar as IPSS, parece estar de acordo com as ideias defendidas pelo Presidente da União Concelhia das IPSS de Palmela, Alpendre Sousa, que defendeu a utilização da capacidade instalada das instituições em detrimento da construção de novas infraestruturas e das novas empresas da economia social.
"Os investimentos ao abrigo do novo Quadro Comunitário de Apoio devem priorizar a requalificação das infraestruturas existentes e não a construção de novas estruturas", disse Alpendre Sousa, lembrando que "as IPSS são instituições com uma matriz de solidariedade, que nada têm a ver com a nova realidade das empresas de economia social".