O despedimento dos 30 enfermeiros, anunciado pelo conselho de administração do CHO gerou "perplexidade" nos profissionais que consideram "um contrassenso estar a dispensar pessoas quando estão a decorrer concursos nas administrações regionais de saúde do centro e de Lisboa e Vale do Tejo", explicou à agência Lusa o sindicalista Rui Marroni.

De acordo com o dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), o concurso resultará "na saída de profissionais para os cuidados primários", desconhecendo-se ainda se entre os futuros colocados estarão "alguns dos 60 subcontratados que prestam serviço no CHO".

O SEP solicitou ao conselho de administração que "aguardasse até estarem concluídos os processos de concurso para se avaliar quantos enfermeiros seriam necessários e quantos justificaria dispensar" mas, segundo Rui Marroni, o presidente do conselho de administração, Carlos Sá, "assegurou que o CHO não necessita destes 30 e que se no final do concurso faltasse algum voltariam a contratar".

Uma solução que os enfermeiros recusam aceitar até porque afirmam que "o CHO tem atualmente em dívida com os 550 enfermeiros que ali trabalham 3000 dias de folgas por gozar".

Os enfermeiros concentraram-se em protesto em frente às urgências do hospital das Caldas da Rainha e marcharam a até ao edifício da administração, onde foram recebidos por Carlos Sá.

De acordo com os enfermeiros, a posição da administração manteve-se "inalterada", tendo o presidente precisado que "19 enfermeiros serão dispensados a parir de 16 de janeiro e outros 10 até ao dia 19 de março".

Dados que, no entanto, não correspondem aos divulgados pelo CHO num comunicado difundido cerca de uma hora depois do encontro.

A administração justifica as rescisões com o aumento do horário semanal da função pública de 35 para 40 horas, o que no caso da carreira de enfermagem resultou num "excedente de 60 enfermeiros".

Para "melhorar os rácios de enfermeiros na prestação de cuidados de saúde" a administração decidiu no entanto, "não renovar o contrato a apenas 30 enfermeiros", a que se juntarão, até março de 2014 " cerca de 10 enfermeiros" que se aposentarão e que "não serão substituídos", refere o comunicado.

O CHO confirma ainda que os enfermeiros serão dispensados em janeiro de 2014 mas assegura que ficarão profissionais suficientes "para garantir o cumprimento das boas práticas e para assegurar a qualidade e segurança na prestação de cuidados de saúde".

Convictos de que é preciso "intensificar a luta" para conseguir que sejam renovados os contratos com os enfermeiros contratados através da empresa "Tonús" os manifestantes terminaram um protesto com uma marcha pela cidade, rumo à câmara municipal, onde foram recebidos pelo presidente, Fernando Tinta Ferreira.

O CHO serve os concelhos das Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra, num total de mais de 292.500 pessoas.