Fenprof defende que Guia da prova de avaliação é "uma idiotice"
O secretário-geral Federação Nacional dos Professores (Fenprof) classificou hoje uma "idiotice" o guia de prova de acesso à carreira dos docentes e ameaçou com várias formas de protesto até ao dia da avaliação.
© Lusa
País Professores
Segundo o Guia da Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades, divulgado pouco antes da meia-noite de quinta-feira, os professores que na construção do texto da prova tenham mais de dez erros de ortografia, de pontuação ou de morfologia serão classificados com zero valores nesse item.
"Estamos perante a estupidez assumida pelos responsáveis do Ministério da Educação, isto não tem sentido nenhum", comentou à agência Lusa Mário Nogueira.
No entanto, o secretário--geral da Fenprof disse não ter ficado surpreendido com o tipo de prova apresentado.
"Quanto mais idiota esta prova fosse, mais nós deixávamos de estar surpreendidos, porque na verdade esta prova é uma idiotice, não faz qualquer tipo de sentido", afirmou.
Mário Nogueira adiantou que os professores que vão realizar a prova fizeram um curso de formação específica com profissionalização para a docência.
"Estamos a falar, na maior parte, de professores que trabalham há 20 anos, que têm tido excelentes, muito bons e bons", sublinhou o secretário-geral da Fenprof.
Para Mário Nogueira, esta prova "é humilhante e inqualificável", que tem como objetivos "pôr na rua" os professores.
Depois de terem demitido os professores precários, "agora é a fase seguinte", afirmou Mário Nogueira.
"Estes professores vão pagar a bala para serem abatidos", comentou, disse ainda, referindo-se aos 20 euros que os docentes vão ter de pagar para realizar a prova
"Isto é brincar com as pessoas, gozar com as pessoas", declarou, considerando que "um ministro e um secretário de Estado que têm este tipo de comportamento" têm de ser demitidos "rapidamente", defendeu.
Mário Nogueira reiterou que esta prova "não faz sentido e não se pode fazer", anunciando ações de protesto.
"Faremos tudo nos tribunais, faremos greve. Vamos ver até ao próprio dia o que vamos fazer, mas até no próprio dia podemos fazer", considerou, acrescentando que é "um insulto" a uma classe profissionalizada.
A prova de avaliação será composta por 32 itens de seleção (escolha múltipla) e um "item de construção", no qual é pedido aos docentes que escrevam um texto segundo o Acordo Ortográfico atualmente em vigor com um número de palavras compreendido entre 250 e 350.
As perguntas de escolha múltipla vão valer 80% da prova, enquanto o "item de construção" corresponderá a 20% do total, segundo informação disponibilizada no site do Instituto de Avaliação Educativa.
"Os erros de acentuação e de translineação, assim como o uso indevido de letra minúscula ou de letra maiúscula inicial também são considerados erros de ortografia.
A prova destinada aos docentes sem vínculo à função pública está marcada para o dia 18 de dezembro.
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