"A nível de infância, temos notado uma maior dificuldade nas comparticipações por parte dos pais", disse à agência Lusa o secretário regional de Portalegre da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Mário Cruz, salientando que a situação é idêntica quanto às famílias de idosos que vivem em lares.
Assinalando que as misericórdias "vivem com muitas dificuldades", Mário Cruz salientou que as instituições estão a "aguentar" a situação, rejeitando "mandar para casa" os idosos.
De acordo com o responsável regional da UMP, o desemprego constitui uma das "principais causas" que levam as famílias a ter dificuldades em cumprir com as suas obrigações.
"As pessoas têm cada vez menos hipóteses de comparticipar, umas porque estão desempregadas, outras por outros motivos", disse.
Mário Cruz relatou que continuam a existir casos de famílias na zona de Portalegre que retiram os idosos dos lares porque a reforma do utente "lhes faz falta" para o orçamento mensal.
Embora assegure que "não há, por enquanto", nenhuma misericórdia no distrito de Portalegre em situação de rutura, o responsável disse não saber até que ponto as instituições vão "aguentar" a situação.
"As nossas receitas estão a diminuir e as despesas a aumentar. Não sei como é que nós vamos aguentar este barco", afirmou.