Bispos são criticados por Teólogas Feministas

A presidente da Associação Portuguesa de Teologias Feministas, Teresa Toldy, criticou hoje a posição dos bispos portugueses sobre as leis do aborto e do casamento homossexual, considerando que revelam uma perceção da realidade diferente da maioria dos portugueses.

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Lusa
15/11/2013 13:58 ‧ 15/11/2013 por Lusa

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A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse quinta-feira que as alterações legislativas sobre a interrupção voluntária de gravidez ou o quadro legal que passou a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo em Portugal não são irreversíveis.

"É recordado que as alterações legislativas introduzidas no nosso sistema jurídico, reflexo da ideologia do género, não são irreversíveis", lê-se no documento final aprovado pela assembleia plenária da CEP, que decorreu em Fátima.

Questionado sobre o tema, Manuel Clemente, presidente da CEP, manifestou "muitas dúvidas" de que os patamares legais atingidos com as alterações legislativas "correspondam, efetivamente, à convicção, até diria maioritária, do povo português".

"Pergunto-me se na fase de crise em que estamos em Portugal e, havendo neste momento toda uma dinâmica de abertura no sentido de as pessoas amplamente participarem no questionário de preparação do Sínodo [da Família], se estas serão as questões mais relevantes? Não me parece que sejam", disse Teresa Toldy à agência Lusa.

Teresa Toldy, que falava à margem do II Colóquio Teologias Feministas, mostrou-se ainda "espantada" por haver, "neste momento, uma perceção da realidade portuguesa que é capaz de ser diferente da perceção que a maioria dos portugueses tem" destas questões.

A presidente da APTF contestou também o uso da terminologia "ideologia do género", considerando que revela "ignorância" e "enviesamento" porque "identifica imediatamente toda a discussão em torno desta temática com as questões relacionadas com a homossexualidade ou com o aborto".

Teresa Toldy, que encara como sinal de abertura o inquérito que o Vaticano enviou às paróquias sobre estes e outros temas relacionados com a família, disse ainda esperar que a CEP divulgue amplamente este documento.

"Em Inglaterra, a conferência episcopal optou por colocar o questionário online. Quem quiser pode responder. Espero que a CEP adote a mesma estratégia porque, se este documento foi conhecido tão amplamente, com certeza também houve vontade do Vaticano que ele fosse divulgado amplamente. Não penso que caiba às igrejas locais fecharem portas que o papa está a abrir", disse.

Sobre o inquérito destinado a conhecer a realidade familiar nos dias de hoje, constituído por 39 perguntas, a CEP disse que estará concluído, em Portugal, no início de janeiro de 2014.

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