O feito foi certificado por um representante do Guiness World Records baseado em Pequim, que se deslocou a Macau propositadamente para o efeito.

"Para nós é muito satisfatório porque nunca houve um recorde mundial com sabonetes, e também porque é a primeira iniciativa do género que resulta da inclusão, juntando pessoas com deficiência e sem deficiência", disse à agência Lusa a sócia fundadora da Fu Hong, Fátima Santos Ferreira, ao destacar a colaboração da comunidade de Macau.

Durante cerca de duas horas, mais de 500 pessoas ajudaram na construção do maior sabonete mosaico do mundo, com a instalação de 18.000 sabonetes artesanais, num tapete com 78 metros quadrados, dando vida a uma mascote de sorriso colorido.

O fabrico dos sabonetes foi iniciado já este ano, por cerca de 400 pessoas, graças à ajuda de estudantes, e de voluntários de associações não-governamentais e também das operadoras dos casinos.

"Verificámos que eles (os utentes da associação) tinham habilidade para fazer os sabonetes e que gostavam. Então, a ideia (do recorde do Guiness) era fazer alguma coisa em que eles conseguissem participar. Não é só fazer para, mas fazer com", explicou Fátima Santos Ferreira.

A construção do ‘puzzle' de sabonetes foi hoje presenciada por cerca de 800 pessoas que, ao mesmo tempo que puxavam pelas equipas de voluntários, eram animadas por artistas locais, numa tarde musical, onde não faltou a música pop e o folclore português, por utentes da associação Fu Hong.

"São os nossos meninos. Nós temos uma voluntária que sabe dançar danças folclóricas portuguesas. Eles aprenderam e gostam muito. E as roupas já foram compradas em Portugal, são mesmo originais", adiantou Fátima Santos Ferreira.

A construção do maior sabonete mosaico do mundo é uma das iniciativas que celebra os dez anos da Fu Hong, associação de reabilitação dirigida para a integração das pessoas com deficiência na comunidade.

"Começámos por dar resposta àqueles que saíam da escola e não tinham para onde ir, e depois a associação foi crescendo, e já não era só para os deficientes moderados, mas também para os mais profundos", recordou a sócia-fundadora.

Atualmente a Fu Hong conta com dois centros de dia, incluindo um para deficientes mentais, e um centro de reabilitação pela arte, que oferece atividades de pintura, música e trabalhos manuais, dando apoio a cerca de 300 pessoas.

A associação Fu Hong conta ainda com uma lavandaria - a primeira empresa social de Macau estabelecida há um ano - onde dá emprego a pessoas com deficiência.

"Temos cinco pessoas a trabalhar, e a tendência é aumentar para oito. Tudo depende se conseguimos mais patrocínios, comprar mais máquinas e aumentar o número de empregados", disse Fátima Santos Ferreira, sem arriscar uma meta temporal para cumprir o objetivo.