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Cada vez mais plásticos e cetáceos mortos nas praias

As praias portuguesas recebem cada vez mais lixo, principalmente plásticos, responsáveis pela morte de cetáceos, como os golfinhos, que estão a dar à costa com maior frequência, revelou hoje a coordenadora do projeto Coastwatch.

Cada vez mais plásticos e cetáceos mortos nas praias
Notícias ao Minuto

09:41 - 07/06/13 por Lusa

Mundo Coastwatch

As campanhas de monitorização da costa portuguesa "têm detetado um aumento muito significativo de microplásticos e de animais mortos, principalmente cetáceos, muitas vezes sem aparência de doença, simplesmente magros", disse à agência Lusa Guilhermina Galego.

Esta situação "tem a ver com os lixos que aparecem e que [os animais] comem, nomeadamente os microplásticos", elementos de pequenas dimensões resultantes da decomposição de produtos de plástico, explicou a coordenadora do Coastwatch, que monitoriza a costa através da observação e de inquéritos preenchidos por voluntários.

"Têm sido feitas autópsias e [os cetáceos] têm o estômago cheio de microplásticos, ficam com a sensação de estar cheios e não comem", acrescentou a responsável, na véspera do Dia Mundial dos Oceanos, que se assinala no sábado.

Guilhermina Galego avançou que "há determinado tipo de objetos que não apareciam e [agora] começam a aparecer, são detetados milhares de cotonetes, uma coisa aflitiva".

A coordenadora do projeto salientou que "há um aumento significativo" do uso de cotonetes e as pessoas, "em vez de os deitarem no balde do lixo, deitam na sanita, [os produtos] passam através dos tratamentos feitos na ETAR [Estação de Tratamento de Águas Residuais] e vão dar todos" ao mar.

As beatas de cigarros "têm sido outro problema muito significativo", encontradas enterradas na areia pelos voluntários que acompanham as costas portuguesas nas campanhas realizadas de novembro a março.

O projeto CoastWatch tem vindo a desenvolver-se em Portugal, nos ultimos 23 anos, ao contrário do que aconteceu em outros países, onde "esteve um pouco parado". No ano passado, conseguiu monitorizar 40 por cento (%) da costa, incluindo Açores e Madeira.

A coordenadora explicou que o "aumento significativo" da área monitorizada está relacionado com a subida do número de escuteiros e de escolas a aderir ao projeto.

Aos alunos juntam-se escuteiros, grupos de adultos, associações ambientalistas e também pais, que querem acompanhar os filhos nesta tarefa e participam com os seus próprios questionários.

A Coastwatch é um projeto internacional de educação ambiental para a sustentabilidade, que decorre ao abrigo de um protocolo entre os ministérios da Educação e Ambiente com uma organização não governamental do ambiente, o GEOTA, e consiste na monitorização da faixa costeira feita com base num questionário que abrange itens como o tipo de lixo, a erosão, a fauna, a flora e a poluição.

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