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Agência da ONU diz que Irão está a cumprir acordo nuclear

O Irão está a cumprir com o acordo nuclear assinado com algumas das principais potências mundiais em 2015, indica um relatório da agência das Nações que fiscaliza os vários usos da energia atómica.

Agência da ONU diz que Irão está a cumprir acordo nuclear
Notícias ao Minuto

17:42 - 24/02/17 por Lusa

Mundo Energia

O relatório da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), ao qual a agência francesa AFP teve acesso, indica que o Irão "não procurou construir mais nenhum reator de água pesada [além daquele que já tem]" e não detém "urânio enriquecido" acima do limite de 3,67% imposto a Teerão.

O "stock" iraniano de urânio pouco enriquecido, um tipo de material que pode ser usado para fins pacíficos mas que também pode ser processado para aplicação militar (nomeadamente para construir uma bomba atómica), manteve-se no nível imposto pelo acordo (300 quilos).

Já a quantidade de água pesada (água com uma quantidade acima do normal de óxido de deutério) não excedeu os níveis de 130 toneladas, como tinha acontecido em períodos anteriores.

A água pesada (ou água deuterada, com átomos de hidrogénio mais pesados) é usada em certos tipos de reatores nucleares.

O plutónio usado em armas nucleares pode ser extraído de barras de combustível usadas em reatores de água pesada.

Em novembro de 2016, o regulador da ONU para a energia atómica descobriu que o Irão tinha ultrapassado o limite de 130 toneladas imposto pelo acordo.

Mas desde então, Teerão exportou a quantidade em excesso e o mais recente relatório da AIEA mostra que o "stock" atual está ligeiramente acima das 124 toneladas.

O relatório também indica que o "Irão não realizou qualquer enriquecimento de urânio ou atividades de investigação ou desenvolvimentos relacionados" na sua central nuclear de Fordo.

Nos termos do acordo entre o Irão e seis potências mundiais (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha), Teerão reduziu dramaticamente as suas atividades nucleares, por forma a deixar inalcançável a obtenção de armas atómicas. O irão sempre negou que tivesse essa intenção.

Em troca, as seis potências comprometeram-se a aliviar as sanções económicas contra o Irão, incluindo um embargo à venda de petróleo iraniano.

Entre as medidas adotadas por Teerão incluem-se o desmantelamento de dois terços das centrifugadoras de urânio, a diminuição do "stock" de urânio - que antes do acordo ascendia a várias toneladas, o suficiente para várias bombas - e o desmantelamento do núcleo do reator de Arak que poderia dar ao Irão plutónio enriquecido ao ponto de poder ter uso militar.

No entanto, o acordo - apoiado pela União Europeia - está sob forte ameaça desde a tomada de posse do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que o classificou como "o pior acordo alguma vez negociado" e prometeu acabar com ele.

A tensão entre Teerão e Washington aumentou no final de janeiro, quando os iranianos fizeram um voo de teste de um míssil balístico. A Casa Branca reagiu com novas sanções contra indivíduos e empresas alegadamente ligadas ao programa nuclear iraniano.

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