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EUA dizem que não houve crime de guerra em ataque a hospital

Os Estados Unidos concluíram que os militares norte-americanos que no ano passado bombardearam um hospital na cidade afegã de Kunduz não cometeram um crime de guerra, porque não agiram intencionalmente, segundo um relatório divulgado hoje pelo Pentágono.

EUA dizem que não houve crime de guerra em ataque a hospital
Notícias ao Minuto

21:55 - 29/04/16 por Lusa

Mundo Afeganistão

O ataque, que suscitou indignação internacional e levou o Presidente norte-americano, Barack Obama, a pedir publicamente desculpas, ocorreu a 03 de outubro de 2015 em Kunduz, no norte do Afeganistão, e matou 42 pessoas: 24 doentes, 14 membros da organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras e quatro seguranças.

O relatório do Pentágono, de 3.000 páginas, conclui que o bombardeamento do hospital não foi deliberado e recomenda apenas suspensões administrativas ou reprimendas para os 16 militares norte-americanos envolvidos no incidente.

O chefe do comando militar norte-americano para o Médio Oriente e Afeganistão (CENTCOM), o general Joseph Votel, afirmou à imprensa que a tragédia se deveu a uma sucessão de "erros e falhas".

"O inquérito concluiu que alguns membros do pessoal [militar] não respeitaram as regras operacionais e a lei dos conflitos armados. Por outro lado, o inquérito não chegou à conclusão de que esses erros constituíram um crime de guerra", disse.

O general sublinhou que "o termo crime de guerra é tipicamente reservado a atos intencionais, como tomar deliberadamente como alvo civis ou locais ou objetos protegidos", e insistiu que o ataque resultou "de uma combinação de erros humanos, erros processuais e falhas técnicas" e que nenhum dos militares "sabia que estava prestes a atacar um hospital".

Os Médicos Sem Fronteiras, que na altura qualificaram o ataque de "violação grave da lei humanitária internacional" e pediram uma investigação internacional, voltaram hoje a exigir um inquérito "independente e imparcial" conduzido por uma "comissão internacional humanitária".

Tendo em conta que as forças norte-americanas sabiam que "o hospital funcionava em pleno no momento dos ataques aéreos" e que "o inquérito norte-americano reconheceu que não havia combatentes armados no hospital (...) é incompreensível que o ataque não tenha sido anulado", afirmou a ONG num comunicado publicado em Nova Iorque.

Para a organização, as sanções administrativas decididas não são proporcionais "à destruição" e às mortes causadas, pelo que "a pouca contundência" dos EUA é não só "um sinal preocupante" como insuficiente para "prevenir futuras violações das leis da guerra".

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