Partido de Lula critica juiz que quebrou sigilo, mas juízes apoiam
A bancada parlamentar do Partido dos Trabalhadores (PT), de Lula da Silva, divulgou hoje um comunicado em que afirma que a gravação de telefonemas realizadas pela Polícia Federal, com autorização do juiz Sérgio Moro, "possui duas flagrantes ilegalidades".
© Lusa
Mundo Brasil
No texto, assinado pelo líder da bancada do PT na Câmara de Deputados, Afonso Florence, lê-se que "a defesa do 'impeachment', sem crime de responsabilidade, rompe a democracia tão arduamente conquistada. É uma palavra de ordem em busca de uma justificativa".
Os parlamentares do PT também afirmam que estão mobilizados para a "defesa da legalidade" e que "repudia com veemência todos os atos que contribuam para o acirramento dos ânimos políticos, mais ainda quando são ilegais".
Já a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) manifestou o seu apoio ao juiz federal Sérgio Moro, titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, na condução dos processos relacionados à Operação Lava Jato.
"As decisões tomadas pelo magistrado federal no curso deste processo foram fundamentadas e embasadas por indícios e provas técnicas de autoria e materialidade, em consonância com a legislação penal e a Constituição Federal, sempre respeitando o Estado de Direito", sustenta a Ajufe.
A associação de juízes também manifestou que "confiança no trabalho desenvolvido com responsabilidade pela Justiça Federal no Paraná".
Na noite de quarta-feira, o juiz federal Sérgio Moro retirou o sigilo do processo de interceção telefónica do antigo chefe de Estado Lula da Silva e divulgou gravações de uma conversa dele com a Presidente do Brasil Dilma Rousseff.
Segundo a interpretação de Moro, o conteúdo do telefonema de Dilma para Lula indicaria que a nomeação dele como ministro da Casa Civil foi arquitetada para tentar impedir uma eventual prisão do ex-Presidente brasileiro, que está a ser investigado na operação que apura os casos de corrupção da Petrobras.
A revelação dos áudios também gerou polémica porque a conversa entre a atual e o ex-Presidente foi realizada depois do próprio juiz Moro ter pedido às 11:13 locais em brasília (14:30 em Lisboa) a interrupção imediata das escutas.
O áudio em que a Presidente Dilma Rousseff fala com o seu antecessor Lula da Silva, indicando o envio de um documento de posse no ministério que poderia ser assinado "em caso de necessidade", ocorreu às 13:32, quando a Polícia Federal já deveria ter interrompido a gravação dos telefonemas de Lula.
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