A ginecologista Alessandra Graziottin fez corar os participantes do Congresso da Sociedade Europeia de Urologia, que se realizou em Milão, quando revelou que o problema da ejaculação precoce não afecta apenas os homens, mas o casal. Citando vários estudos, a especialista afirmou que quando o sexo dura pouco tempo as probabilidade da mulher não sentir prazer, ou ter pouco, duplicam. E, assim sendo, se o homem não procurar ajuda são as mulheres que vão ao médico queixar-se.
As boas notícias, para eles e para elas, é que há tratamento. Para a ginecologista não há quem tenha posto melhor o dedo na ferida do que Freud, quando disse: “Se a anatomia é o destino, o tempo é a chave”.
“Peçam ajuda a um profissional. Se se adiar uma resposta, a mulher até pode em último caso encontrar outra solução, que é ter outra relação. E aí não há tratamento que a traga de volta”, alertou Alessandra Graziottin, citada pelo DN.
Até lá, a ginecologista sugere alguns passos para que a vida sexual do casal possa melhorar, como prolongar a fase dos preliminares e optar pela variação de velocidade e de intensidade, o chamado “pára-arranca”, que pode necessitar de recurso a terapia behaviourista, apostando “na redução da velocidade e depois acelerando de novo”.
A médica citou um estudo revelador de que 63% dos homens com este problema estão insatisfeitos a nível sexual e metade diz que a “qualidade e o prazer não são muitos bons, além de que [este problema] afecta mais do que a confiança sexual”. Além disso, 26% dos homens revelam que também a sua confiança enquanto homens, com amigos e mesmo na sua carreira é colocada em questão.
Por outro lado, a mulher, “quando não tem orgasmos, fica mais nervosa, mais agressiva e as coisas são toleradas de forma mais irritada”, explicou Alessandra Graziottin.