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Aquecimento global é "uma sentença de morte"

O teólogo Leonardo Boff elencou na terça-feira o aquecimento global, o princípio de autodestruição, a incapacidade da terra para se renovar e a escassez de água como as grandes ameaças à vida humana tal como é hoje conhecida.

Aquecimento global é "uma sentença de morte"
Notícias ao Minuto

07:56 - 17/02/16 por Lusa

Mundo Teólogo

Boff, um dos maiores expoentes da Teologia da Libertação no Brasil e conhecido ambientalista, falava numa conferência no Palácio Nacional da República Dominicana, em Santo Domingo, que contou com a presença do Presidente Danilo Medina, da vice-presidente Margarita Cedeño de Fernández e de outros membros do Governo dominicano.

Um dos grandes problemas que se avizinham será, segundo Boff, o que irá causar 100 milhões de migrantes por motivos ambientais, afetados pela falta de água e que não vão aceitar essa "sentença de morte" e irão passar a invadir países e territórios.

"Apenas 10% de 0,07% da água potável [aproveitada] se destina ao consumo humano e animal, pelo que temos que nos preparar para uma emergência humana com categoria de catástrofe ambiental e social sem precedentes no mundo", advertiu.

O ex-sacerdote e escritor lamentou a "máquina da morte" que, a seu ver, o homem impôs sobre a Terra e a natureza, apesar de considerar que "ainda há tempo" para redimir o planeta.

"Temos de levar a cabo uma mudança radical do coração e da mente; não temos a tradição de cultivar o espírito para dar amor, solidariedade, disfrutar da alegria de partilhar, de nos considerarmos irmãos, de saber perdoar e oferecer compaixão; esses são os valores da vida espiritual", apontou Boff, cujas palavras receberam aplausos por parte da audiência.

Boff alertou que a Terra superou em cerca de 30% a sua capacidade de regeneração devido à sobrecarga que lhe impôs a humanidade e recordou que, segundo dados da comunidade científica norte-americana, o aquecimento abrupto da Terra nos próximos 15 ou 20 anos pode chegar aos quatro ou cinco graus.

"Com essa temperatura, a vida que conhecemos não vai continuar; devemos ter o cuidado de olhar para uma estratégia de sobrevivência da espécie humana e para o futuro da nossa civilização", sentenciou o teólogo que, por várias ocasiões, se referiu positivamente à encíclica do papa Francisco "Laudato Si", sobre a proteção do meio ambiente.

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