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Deputados franceses aprovam polémica revisão constitucional

A Assembleia Nacional Francesa, a câmara baixa do parlamento francês, aprovou hoje um projeto de revisão constitucional anunciado pelo Presidente François Hollande após os atentados terroristas de 13 de novembro do ano passado em Paris.

Deputados franceses aprovam polémica revisão constitucional
Notícias ao Minuto

17:47 - 10/02/16 por Lusa

Mundo Lei

O texto foi aprovado com 317 votos favoráveis, 199 contra e 51 abstenções.

A controversa revisão constitucional prevê a inscrição na Lei fundamental do regime de estado de emergência e a retirada da nacionalidade francesa a binacionais condenados por terrorismo.

O projeto passa agora para o Senado, a câmara alta do parlamento francês.

Esta revisão constitucional provocou sérios diferendos no seio do Partido Socialista francês (partido no poder) e levou à demissão da ministra da Justiça Christiane Taubira.

O documento também não é consensual dentro da principal força da oposição francesa Os Republicanos, a nova designação da União para um Movimento Popular -- UMP. Muitos deputados da força partidária do ex-Presidente Nicolas Sarkozy opõem-se às novas medidas.

O projeto de revisão visa alargar a retirada da nacionalidade aos detentores de dupla nacionalidade que nasceram franceses e tenham sido "condenados por um crime que constitua uma ofensa grave à vida da nação".

A proposta polémica baseia-se na introdução na Constituição de uma medida que discrimina um setor da população -- os cidadãos com dupla nacionalidade.

Além da retirada da nacionalidade, o projeto de revisão prevê a inscrição na Constituição da lei do estado de emergência.

O estado de emergência está atualmente em vigor em França e em processo de ser prorrogado por mais três meses.

Na votação de hoje, os votos a favor superaram ligeiramente os três quintos necessários para que o projeto-lei seja aprovado de forma definitiva pelo parlamento reunido em sessão bicameral em Versalhes (situação designada em França como Congresso), depois de ter passado pela Assembleia Nacional Francesa e pelo Senado.

Numa primeira reação, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, que defendeu veementemente esta reforma, assegurou estar "satisfeito" com a votação, afirmando ainda estar convencido de que o diploma vai conseguir o apoio de três quintos do parlamento na votação final.

Este projeto de revisão constitucional foi avançado por François Hollande durante um discurso diante do Congresso, reunido em Versalhes a 16 de novembro de 2015, três dias depois dos atentados terroristas na capital francesa que fizeram 130 mortos e mais de 300 feridos.

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