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África do Sul não recebeu pedido para mediar crise em Moçambique

A ministra dos Negócios Estrangeiros da África do Sul disse hoje que o Presidente sul-africano não recebeu nenhum pedido da Renamo para mediação da crise política em Moçambique, contrariando as declarações do líder do maior partido de oposição.

África do Sul não recebeu pedido para mediar crise em Moçambique
Notícias ao Minuto

17:25 - 10/02/16 por Lusa

Mundo Conflito

"Nós ainda não recebemos nenhum pedido para mediar as negociações, nem por parte do Governo moçambicano nem por parte da oposição", disse à imprensa Maite Nkoana Mashabane, momentos após de um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, em Maputo.

A chefe da diplomacia sul-africana sublinhou que o seu país "reconhece o Governo saído das últimas eleições" em Moçambique, acrescentando que, caso tenha de mediar a crise política no país, o pedido deverá ser feito também pelo partido no poder.

"O que nós sabemos é que em Moçambique há um Governo constitucionalmente eleito", sublinhou Maite Nkoana Mashabane, reiterando que, se um membro da oposição moçambicana convidar o seu país para mediar um conflito, a África do Sul deve ouvir primeiro o Governo "democraticamente eleito".

O líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Afonso Dhlakama, disse, a 22 de janeiro, em entrevista à Lusa, estar na posse de uma resposta positiva por escrito do Presidente sul-africano, Jacob Zuma, e da Igreja Católica, ao pedido que lhes dirigiu para mediarem a crise política em Moçambique.

Na ocasião, Afonso Dhlakama disse que a resposta positiva da parte de Jacob Zuma veio da embaixada sul-africana em Maputo, justificando o convite ao dirigente do ANC (Congresso Nacional Africano), partido próximo da Frelimo, e antigo exilado em Maputo durante o regime do "apartheid", com a própria segurança da África do Sul.

"A estabilidade em Moçambique pode ajudar também a segurança na África do Sul e foi por aí que decidi indicar o Zuma", explicou o líder da oposição em Moçambique, lembrando que o leste do território sul-africano faz as suas exportações através do Porto de Maputo.

Além disso, o presidente da Renamo referiu-se também ao investimento sul-africano em Moçambique e que o país vizinho importa gás de Inhambane através da petrolífera sul-africana Sasol e também energia de Cahora Bassa.

"Qualquer conflito em Moçambique afeta a economia da África do Sul", reforçou Dhlakama, recusando também a ideia de desarmamento do braço militar do seu partido.

Nos últimos meses, Moçambique tem conhecido um agravamento da violência política, com relatos de confrontos entre o braço militar da Renamo e as forças de defesa e segurança, além de acusações mútuas de raptos e assassínios de militantes dos dois lados.

O presidente da Renamo não é visto em público desde 09 de outubro, quando a polícia cercou a sua residência na Beira, alegadamente numa operação de recolha de armas, no terceiro incidente grave em menos de um mês envolvendo a comitiva do líder da oposição.

No dia 20 de janeiro, o secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, foi baleado por desconhecidos no bairro da Ponta Gea, centro da Beira, província de Sofala, centro de Moçambique e o seu guarda-costas morreu no local, num caso que continua por esclarecer.

Apesar da disponibilidade para negociar manifestada pelo presidente moçambicano, Filipe Nyusi, o líder da Renamo diz que só dialogará depois de tomar o poder em seis províncias do norte e centro do país, onde o movimento reivindica vitória nas eleições gerais de 2014.

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