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Áustria quer Frontex a reenviar migrantes da Grécia para a Turquia

A Áustria quer que a agência europeia de fronteiras, Frontex, que recebe na Grécia os migrantes provenientes da Turquia, os devolva diretamente àquele país, disse o chanceler austríaco, Werner Faymann, à imprensa.

Áustria quer Frontex a reenviar migrantes da Grécia para a Turquia
Notícias ao Minuto

13:20 - 06/02/16 por Lusa

Mundo Migrações

"A Frontex deve parar as pessoas que fogem para a Grécia. Devem ser todas salvas, mas depois devem ser reenviadas para a Turquia. Só assim a Frontex pode ser realmente um serviço de proteção de fronteiras e não um programa de salvamento", disse o chefe do governo austríaco ao tabloide Österreich.

Faymann disse ter proposto "esta solução ótima" ao homólogo turco, Ahmet Davutoglu, na conferência de doadores para a Síria que se realizou na quinta-feira em Londres.

A outro jornal austríaco, o Kroner Zeitung, o chanceler afirmou que esta "seria a única medida completamente eficaz para desarticular as redes de traficantes" de seres humanos.

Questionado pela agência austríaca APA, o gabinete da chancelaria informou que a Turquia receberia em contrapartida um desbloqueio mais rápido dos três mil milhões de euros de apoio ao acolhimento dos refugiados prometidos pela União Europeia.

A Áustria é um dos países europeus que recebeu mais migrantes, em termos proporcionais, em 2015. Com 8,7 milhões de habitantes, o país recebeu 90.000 candidatos a asilo, o que corresponde a mais de 1% da população.

Uma das rotas mais seguidas pelos migrantes que pretendem chegar à Europa do Norte começa na Grécia passando pela Macedónia, Sérvia e Croácia, seguindo, sobretudo desde que a Hungria encerrou as suas fronteiras, pela Eslovénia até à Áustria.

A ideia de reenviar os migrantes para a Turquia já tinha sido abordada em finais de janeiro por um dos partidos da coligação governamental da Holanda, segundo o qual 10 países, entre os quais a Áustria, estavam a estudar a possibilidade de devolver à Turquia os migrantes acabados de chegar à Grécia.

Várias organizações questionaram na altura a legalidade de reenviar para as fronteiras externas da UE migrantes que na sua maioria cumprem as condições para obter asilo na União.

A chanceler alemã vai na segunda-feira à Turquia para discutir a questão dos refugiados e o primeiro-ministro turco vai na quarta-feira à Holanda, país que preside este semestre à UE.

A Áustria anunciou na semana passada a imposição de um limite diário de entradas de migrantes no país, depois de a 20 de janeiro ter afirmado que em 2016 não vai aceitar mais de 37.500 migrantes, número que a manter-se o atual fluxo deverá ser atingido em abril.

Nos últimos dias o número de refugiados a atravessar a fronteira da Eslovénia com a Áustria diminuiu bastante, provavelmente devido aos problemas na fronteira entre a Macedónia e a Grécia, onde taxistas macedónios têm bloqueado os caminhos-de-ferro numa aparente tentativa de lucrar com o intenso fluxo de migrantes.

Pelo menos 9.000 pessoas estão na zona da fronteira impedidas de avançar.

Em Amesterdão, onde decorre hoje uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, o comissário europeu para o Alargamento, o austríaco Johannes Hahn, disse à imprensa que tem de haver "uma solução europeia" para que os países dos Balcãs candidatos à adesão "não se tornem numa espécie de parque de estacionamento de refugiados".

"Temos de encontrar uma solução europeia e, uma vez mais, isso significa reforçar as nossas fronteiras externas", disse Hahn.

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