Francesa que se juntou ao Daesh descreve o "inferno" que viveu
Mulher conseguiu escapar aos jihadistas, mas sofreu ameaças de morte.
© Reuters
Mundo Relato
Sophie Kasiki, natural da República Democrática do Congo, abandonou o marido em Paris para se juntar ao autoproclamado Estado Islâmico, na Síria, em fevereiro do ano passado. Mas não foi sozinha. Levou consigo o seu filho de quatro anos sem que o marido soubesse.
No entanto, conta o Observer, pouco tempo depois de estar em Raqqa percebeu que tinha cometido o “pior erro” da sua vida e implorou aos jihadistas que a deixassem regressar a Paris. Foi nessa altura que foi ameaçada: ou seria morta ou seria alvo de apedrejamento.
A mulher de 34 anos contou na mesma entrevista que depois de ter implorado para voltar a França, os jihadistas levaram-na para uma ‘casa de convidados’ onde encontrou dezenas de mulheres estrangeiras presas e onde os filhos destas eram obrigados a ver vídeos de execuções.
Mais do que prisioneiras, explicou Sophie, as mulheres eram “máquinas para fazer bebés para o Daesh”.
Um dia, encontrou uma porta destrancada e fugiu. Depois contou com a ajuda de uma família síria que arriscou a própria vida para a ajudar a escapar com o filho nos braços.
Em abril conseguiu regressar a Paris depois de ter sido levada, de motociclo, até à fronteira turca. Já na capital francesa, Sophie foi detida pelas autoridades para interrogatório e permaneceu presa durante dois meses.
“Senti-me tão culpada. Perguntei a mim mesma como poderia viver com aquilo que tinha feito”, afirmou.
Apesar de se ter reconciliado com o marido, Sophie enfrenta uma acusação de rapto de menores.
Admitindo que foi vítima de uma “lavagem cerebral”, a mulher diz que o seu dever agora é o de evitar que outras pessoas cometam o mesmo erro.
“O que posso dizer? É simples: não vão”, rematou.
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