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Primeiro-ministro de Cabo Verde diz que é "urgente" um novo acordo

O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, defendeu hoje em Paris a urgência de um novo acordo sobre o clima, lembrando que para países como Cabo Verde as alterações climáticas são uma "ameaça real, definitiva e crítica".

Primeiro-ministro de Cabo Verde diz que é "urgente" um novo acordo
Notícias ao Minuto

19:27 - 30/11/15 por Lusa

Mundo Clima

imperativo concluir um novo acordo do clima que seja vinculativo para todas as partes; que dê início a uma nova era de tomada de medidas urgentes e vigorosas para construir um futuro mais resiliente às mudanças climáticas, para todos", disse José Maria Neves na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP21), que decorre em Paris até 11 de dezembro.

José Maria Neves sublinhou que, para os pequenos países insulares em desenvolvimento como Cabo Verde, as "mudanças climáticas são uma ameaça real, definitiva e crítica" e lembrou que "os primeiros refugiados do clima já existem, e têm origem, precisamente," nesses países.

O chefe do Governo de Cabo Verde assinalou a proximidade do país ao "poderoso vizinho" Saara, lembrando que os cabo-verdianos sabem por experiência o que é a "fome, a morte e a emigração forçada pela seca e pela desertificação".

Recordando o percurso do país de "um dos estados mais pobres do planeta" até à condição de País de Renda Média, José Maria Neves elencou as medidas tomadas e os compromissos do país na luta conta o aquecimento global.

"Temos um programa de plantação de mais oito milhões de árvores nos próximos anos e de mobilização de água, para melhorar a segurança alimentar e combater a pobreza. Adotámos um programa ambicioso em relação às energias renováveis para reduzir a nossa dependência energética, promover uma economia de baixo carbono e mais resiliente às mudanças climáticas. Neste momento cerca de 30% da nossa energia é de origem eólica ou solar. Nossa ambição é chegar a 100% de utilização de energias limpas, em 2030", adiantou.

José Maria Neves disse ainda estar consciente de que Cabo Verde não pode enfrentar sozinho "os impactos dos novos fenómenos climáticos" e sublinhou a necessidade de existir "um plano de gestão dos espaços oceânicos que rodeiam as ilhas".

Por isso, sustentou, a reunião de Paris "deve aceitar a centralidade da causa dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, como participantes ativos na construção da resiliência às mudanças climáticas".

A COP21, que decorre entre 30 de novembro e 11 de dezembro, reúne em Paris representantes de 195 países, que tentarão alcançar um acordo vinculativo sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa que permita limitar, até 2100, o aquecimento da temperatura média global da atmosfera a dois graus centígrados acima dos valores registados antes da revolução industrial.

Até agora, cerca de 180 países já apresentaram os seus contributos para a redução de emissões, mas ainda insuficientes para alcançar a meta proposta.

Entre os assuntos pendentes estão a aceitação de um mecanismo de revisão periódica das contribuições nacionais e a existência de um só sistema, sem divisões entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, mas com flexibilidade no tratamento, tema que, juntamente com a responsabilização dos países maiores emissores, serão aspetos mais difíceis de resolver.

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