Turquia deverá apelar a rebeldes curdos para cessar-fogo
O líder do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), Abdullah Öcalan, deverá apelar aos rebeldes curdos para cumprirem um cessar-fogo a partir de 21 de Março, no âmbito das conversações de paz com Ancara, referiram esta quarta-feira fontes governamentais e curdas.
© Lusa
Mundo Conflito
Numa mensagem enviada aos dirigentes do PKK e ao principal partido curdo da Turquia, o Partido para a paz e a democracia (BDP), Öcalan refere "que a partir do Newroz [o novo ano curdo, celebrado em 21 de Março], respeitareis um cessar-fogo, deixarão de efectuar acções", referiu o vice-primeiro-ministro Bülent Arinç à cadeia televisiva NTV.
"O abandono das armas decorrerá entre Julho-Agosto, e discutiremos o processo de retirada do território" dos combatentes curdos, prosseguiu Arinç ao citar o líder do PKK, detido numa prisão turca desde Fevereiro de 1999.
Em declarações à agência noticiosa AFP, o deputado curdo do BDP Nazim Gür confirmou a existência de uma carta na qual Ocalan apresenta um "projecto" para a resolução do conflito curdo.
"A carta tem três destinatários: nós, a [rede do PKK na] Europa e os montes Kandil", a região do norte do Iraque junto à fronteira com a Turquia onde o PKK instalou o seu quartel-general, precisou Gür.
"Nesta carta, Öcalan oferece um projecto de solução e espera que cada parte discuta em profundidade e forneça um contributo que será incluído na versão final", acrescentou o deputado, ao confirmar que o apelo formal a um cessar-fogo deverá provavelmente ocorrer em 21 de Março.
Uma delegação de três deputados do BDP visitou no sábado o dirigente curdo, que cumpre uma pena de prisão perpétua na ilha de Imrali, no noroeste da Turquia.
Após o encontro, os deputados divulgaram uma breve mensagem de Öcalan, que qualifica de "processo histórico" das negociações de paz e onde também sugere uma próxima libertação de prisioneiros turcos em poder do PKK.
Ancara mantém desde Dezembro conversações com Abdullah Öcalan para terminar com a rebelião curda que segundo responsáveis militares turcos já provocou mais de 45 mil mortos desde 1984.
O PKK, que afirma representar as ambições autonomistas dos cerca de 15 milhões de curdos da Turquia, é considerado uma "organização terrorista" pelos Estados Unidos e numerosos países ocidentais.
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