"A Igreja é homofóbica, cheia de medo e ódio"
Palavras são do padre polaco que, no início do mês, foi expulso pelo Vaticano da Congregação para a Doutrina da Fé.
© Reuters
Mundo Vaticano
Krzysztof Charamsa é um padre de origem polaca que assumiu, publicamente, a sua homossexualidade, bem como o seu companheiro, o catalão Eduard Planas.
Em entrevista concedida à BBC Brasil num hotel em Barcelona, Espanha, Charamsa revelou que tem recebido “palavras de conforto, apoio, gratidão e relatos de pessoas” que se identificam com o seu “gesto”.
Estes gestos de compreensão e empatia não foram, contudo, dados por membros do Vaticano, o que leva Charamsa a considerar a Igreja como homofóbica.
“Considero a Igreja homofóbica, cheia de medo e ódio”, afirmou, acrescentando ainda que viveu o “pesadelo da homofobia” no interior daquela que é a sua Igreja.
Para o padre polaco, esta posição da instituição máxima do catolicismo deriva do facto de ainda não ser capaz de “encarar a realidade”.
“A Igreja ainda não deu o passo dado pela medicina e pelas leis de alguns Estados. A verdade é que não há nada o que curar na homossexualidade e ser homossexual não é um crime”, garantiu.
Com a sua declaração pública relativa à sua homossexualidade, Charamsa explicou que o seu objetivo era o de “chamar a atenção da Igreja”.
“Um sínodo que quer falar da família não pode excluir nenhum modelo familiar. Homossexuais, lésbicas e transexuais têm direito ao amor e a constituir famílias, mas até agora o assunto foi sempre marginalizado e estigmatizado”, concluiu.
Aquando da declaração pública do padre, em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi afirmou que Charamsa "certamente não poderá continuar a desempenhar as suas funções da Congregação para a Doutrina da Fé e as universidades pontifícias".
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