"Apesar de tudo o que está a acontecer neste momento, estamos convencidos de que o mais importante é manter o cumprimento da lei, tanto no que respeita aos tratados da União Europeia, como a lei nacional, ou seja, a Constituição espanhola", afirmou hoje em conferência de imprensa, em Berlim, o porta-voz do Governo alemão, Steffen Seibert.
O porta-voz, na prática, reiterou aquilo que a chanceler alemã, Angela Merkel, já tinha declarado antes das eleições, quando - com Mariano Rajoy ao lado - realçou a importância dos tratados europeus, na medida em que estes garantem a integridade territorial e a soberania dos Estados-membros.
Seibert insistiu ainda que a Alemanha considera estas eleições um assunto interno de Espanha.
Já a Comissão Europeia, evitou hoje comentar os resultados das eleições na Catalunha, convertidas pelos partidos soberanistas num referendo "de facto" sobre a independência da região.
"A comissão, por princípio, não comenta as eleições regionais. É um tema interno de Espanha", afirmou na conferência de imprensa diária o porta-voz comunitário Margaritis Schinas, citado pela agência espanhola EFE.
O mesmo porta-voz em Bruxelas indicou que "não cabe à Comissão expressar uma posição sobre uma questão de organização interna relacionada com as disposições constitucionais de um Estado-membro".
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, foi informado dos resultados das eleições catalãs, mas não manteve "qualquer contacto imediato", na noite de domingo ou hoje de manhã, com o Governo espanhol ou com o governo regional da Catalunha, concluiu.
Os partidos independentistas da Catalunha ganharam as eleições autonómicas de domingo na região, conseguindo a maioria dos assentos no parlamento regional, mas não conseguiram a maioria dos votos dos catalães, numa votação que consideravam um "plebiscito" sobre a independência.
Os resultados indicam ainda que o presidente da Generalitat, Artur Mas, terá de fazer acordos com a CUP (partido de extrema esquerda, anti-capital e anti-europeísta) para poder ser eleito novamente como presidente nas votações que agora se produzirão no novo parlamento regional.