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Grécia: Incertezas num Governo de coligação são a única certeza

Três semanas de campanha eleitoral na Grécia terminam hoje, com o desfecho das legislativas antecipadas de domingo mais incerto do que quando a campanha começou.

Grécia: Incertezas num Governo de coligação são a única certeza
Notícias ao Minuto

11:06 - 18/09/15 por Lusa

Mundo Eleições

Os dois principais partidos, o Syriza, de esquerda, e o conservador Nova Democracia (ND) estão em situação de empate técnico. Das cinco sondagens publicadas na quinta-feira e na manhã de hoje, duas dão uma ligeira vantagem ao Syriza, duas dão uma ligeira vantagem ao ND e uma prevê um empate a cerca de 28% dos votos e as vantagens dadas a qualquer dos partidos cabem em todos os casos na margem de erro das amostragens.

Quando as eleições antecipadas foram convocadas, na sequência da demissão do líder do Syriza, Alexis Tsipras, do cargo de primeiro-ministro depois de perder uma parte da sua bancada parlamentar devido a uma cisão de 25 deputados da ala mais à esquerda do partido, o ND não tinha mais de 15% das intenções de voto.

Os cerca de 10% de eleitores que ainda se afirmam indecisos e a taxa de abstenção - que alguns observadores locais consideram poder vir a aumentar devido a algum "cansaço eleitoral" dos gregos, que no domingo vão votar pela terceira vez este ano - serão fatores que poderão determinar o resultado das eleições face às diferenças mínimas entre os dois principais partidos.

A necessidade de formação de um Governo de coligação é tida como a única certeza, uma vez que nem o Syriza nem o ND parecem estar perto dos 38% de votos necessários para garantirem a maioria de 151 deputados entre os 300 assentos do parlamento grego, mas a partir daí tudo permanece incerto.

O sistema eleitoral grego prevê que o partido mais votado nas eleições receba um "bónus" de 50 assentos no parlamento, mas nem essa particularidade parece ser suficiente para evitar o caminho tortuoso da formação de uma coligação.

O ND fez assentar a campanha no apelo a uma "coligação nacional" abrangente para conseguir estabilidade para o país, mas o líder do Syriza, o ex-primeiro ministro Alexis Tsipras, reiterou diariamente que recusa qualquer entendimento com o líder conservador, Vangelis Meimarakis.

Independentemente de que partido venha a sair vencedor do escrutínio de domingo, a Grécia irá atravessar um período tenso de negociações para a formação de uma coligação, em que os socialistas do PASOK e o partido de centro-esquerda To Potami terão uma palavra a dizer.

Um arrastamento das negociações para a formação de um Governo poderá significar um atraso na aplicação do novo pacote de medidas exigidas pelos credores da Grécia em troca de empréstimos de emergência, para a recapitalização dos bancos por exemplo, e, fundamentalmente, para que os 86 mil milhões de euros do terceiro resgate financeiro do país comecem a ser disponibilizados.

O início da aplicação das medidas exigidas está previsto para o início de outubro e a Grécia necessita com urgência de começar a receber o dinheiro do resgate, pelo que não sobrará muito tempo aos líderes partidários para alcançarem um entendimento.

Na quarta-feira, a deputada do ND Niki Kerameus disse à Lusa que "para evitar uma catástrofe, a Grécia terá de ter um Governo na segunda-feira".

E na quinta-feira, o coordenador de relações internacionais do Syriza e conselheiro próximo de Alexis Tsipras, afirmava também à Lusa que "na segunda-feira a Grécia terá um Governo de longa duração, para quatro anos".

A campanha eleitoral termina oficialmente hoje com um comício de encerramento do Syriza na praça Syntagma, fronteira ao parlamento grego e o principal palco das convulsões políticas da Grécia.

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