Praga e Bratislava propõem 'corredor' entre a Hungria e a Alemanha
A República Checa e a Eslováquia propõem abrir um corredor ferroviário para refugiados sírios entre a Hungria e a Alemanha, se Budapeste e Berlim estiverem de acordo, indicaram hoje os ministros do Interior checo e eslovaco.
© Reuters
Mundo Migrações
"A República Checa e a Eslováquia poderão estabelecer um corredor ferroviário para os refugiados sírios que viajam da Hungria para a Alemanha, se Berlim e Budapeste concordarem com isso", afirmou o ministro do Interior checo, Milan Chovanec, durante uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo eslovaco, em Praga.
"Deixaríamos passar esses comboios sem controlar mais esses migrantes, iríamos apenas acompanhá-los (...) com assistência policial", acrescentou Chovanec.
O encontro entre os representantes checo e eslovaco ocorreu à margem de uma cimeira dos primeiros-ministros do grupo Visegrado ou também conhecido como V4 (Hungria, Polónia, República Checa e Eslováquia) dedicada à crise migratória.
Este grupo de países tem manifestado reservas em relação ao acolhimento de migrantes, nomeadamente sobre as quotas obrigatórias propostas pela Comissão Europeia e apoiadas pela Alemanha.
Milan Chovanec observou que, caso esta situação avance, caberá à Hungria "garantir que são cidadãos sírios", recordando a existência de um tráfico de falsos passaportes na Síria, país assolado por uma guerra civil há mais de quatro anos.
Na mesma conferência de imprensa, o ministro do Interior eslovaco, Robert Kalinak, também destacou a necessidade de um acordo apropriado entre a Alemanha, o destino preferencial dos migrantes sírios, e a Hungria, um dos principais países de trânsito de migrantes na Europa central.
Só na quinta-feira, a Hungria registou a entrada de cerca de 3.300 novos migrantes, um número recorde, segundo indicou hoje o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).
Os dois ministros aproveitaram a ocasião para reafirmar a rejeição das autoridades de Praga e de Bratislava do princípio de quotas automáticas de distribuição de migrantes entre os países da União Europeia (UE).
O ministro do Interior checo já tinha anunciado na quarta-feira que os migrantes sírios que já tenham solicitado asilo na Hungria não serão mais retidos em centros de acolhimento de refugiados na República Checa, permitindo-lhes uma saída mais rápida em direção ao território alemão.
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