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Líder do partido que cindiu do Syriza pede regresso da Grécia à antiga moeda

O líder do partido Unidade Popular (LE), uma recente cisão do partido da esquerda radical Syriza, defendeu hoje a suspensão dos programas de resgate, o regresso da Grécia à sua moeda e o fim do processo de privatizações.

Líder do partido que cindiu do Syriza pede regresso da Grécia à antiga moeda
Notícias ao Minuto

17:52 - 03/09/15 por Lusa

Mundo Unidade Popular

Panagiotis Lafazanis apresentou hoje durante uma conferência de imprensa em Atenas os principais pontos do programa eleitoral da nova formação, creditada entre 3,5% e 4% dos votos, que lhe garantirá representação parlamentar nas legislativas antecipadas de 20 de setembro.

"Se pudéssemos aplicar o nosso programa progressista para sair da crise, cancelar os memorandos e retomar o crescimento no âmbito da zona euro, não haveria problema de nos mantermos no euro", disse.

O líder da formação de extrema-esquerda assegurou que a Unidade Popular "não é fetichista com as moedas" mas sublinhou que o euro inclui "políticas de austeridade selvagem, de eliminação da democracia e de neocolonialismo".

Admitiu ainda que durante o período de transição para a dracma, a antiga moeda nacional, "haverá certas dificuldades passageiras", mas considerou que a sociedade poderá suportá-las "porque a balança comercial do país tem superavit".

Para além do regresso à antiga moeda, o programa da LE inclui a nacionalização dos bancos e das empresas estratégicas para o crescimento do país e a interrupção do pagamento da dívida, considerada "ilegal".

Lafazanis também manifestou a sua oposição ao programa de privatizações iniciado nos dois anteriores resgates de 2010 e 2012, e incluído no terceiro memorando acordado com os credores em 13 de julho pelo governo Syriza do primeiro-ministro Alexis Tsipras.

"Nem sequer o país mais despótico do mundo vende os seus portos mais importantes", assinalou.

Numa referência à privatização de 14 aeroportos das ilhas gregas assegurada pelo grupo Fraport -- cujo acionista maioritário é o estado federado alemão de Hesse -- o líder da LE questionou por que motivo ceder uma empresa pública ao Estado alemão implica "progresso" e mantê-la sob controlo do Estado grego se considera um "retrocesso".

O programa do novo partido inclui o fim da política de austeridade e a promoção dos salários públicos, pensões e despesas sociais.

Lafazanis sustentou que o seu partido será no parlamento grego "a única alternativa realista e democrática face ao consenso dos [que apoiam] acordos".

O dirigente da formação de extrema-esquerda, e ex-ministro, prognosticou ainda que após as eleições será formada uma coligação governamental de quatro partidos que incluirá a conservadora Nova Democracia, "o que resta do Syriza", o centrista To Potami e o social-democrata Pasok.

A LE foi fundada em 21 de agosto, na sequência da cisão de 25 dos 149 deputados do Syriza que se opuseram à aprovação do terceiro plano de resgate à Grécia.

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