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Venezuela acusa União Europeia de ser "imoral e hipócrita"
Caracas acusou hoje a União Europeia de "imoralidade" e "hipocrisia" por instar a Venezuela e a Colômbia a encontrarem "soluções aceitáveis" para a crise provocada pela decisão do Presidente venezuelano em encerrar parte da fronteira comum.
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Mundo Diplomacia
Em nota enviada à Lusa, o Ministério das Relações Exteriores venezuelano frisa que "condena o comunicado imoral e hipócrita realizado por burocratas encravados na União Europeia (UE)".
Nesse documento, a UE "expressa, sem fundamento nem provas, graves acusações" contra a Venezuela face à "decisão soberana de adotar medidas para combater o paramilitarismo colombiano, o narcotráfico e os ataques sistemáticos à economia venezuelana originados na República de Colômbia".
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou há 12 dias o encerramento de parte da fronteira com a Colômbia, em resultado da publicação de um decreto que declara o estado de emergência em seis municípios fronteiriços e justificou a decisão com o combate aos grupos paramilitares, ao narcotráfico e ao contrabando.
O decreto presidencial suspende por 60 dias, prorrogáveis, as garantias constitucionais nos municípios de Bolívar, Pedro María Ureña, Junín, Capacho Nuevo, Capacho Viejo e Rafael Urdaneta, do Estado de Táchira.
A União Europeia alertou, sábado, para os riscos do encerramento da fronteira colombo-venezuelana, insistindo que Caracas e Bogotá devem procurar "soluções aceitáveis" para ambas partes.
Um comunicado do Serviço Europeu e Ação Exterior, explica que o encerramento da fronteira, "seguido pelo deslocamento forçado, põe em risco" a "situação humanitária, segurança e estabilidade na região fronteiriça".
Na resposta, a diplomacia venezuelana considera que "as afirmações" do que designa de "burocratas europeus", (...) "não têm moral nem autoridade para intrometer-se em assuntos bilaterais que não lhes competem, ocultam um duplo padrão, pois proveem de quem tem causado colossais tragédias humanitárias no Mar Mediterrâneo, produto do intervencionismo bélico e da violência terrorista em países do Médio Oriente, Ásia e África".
Entretanto, a Venezuela encerrou, no sábado, também as fronteiras dos municípios de Lobatera, Ayacucho, Garcia de Hevia e Panamericano, no Estado venezuelano de Táchira, a sudoeste de Caracas, ao mesmo tempo que reforçou a presença de militares na zona.
Desde o encerramento da fronteira mais de 1.000 colombianos foram repatriados e mais de 7.000 abandonaram a Venezuela voluntariamente.
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