Estas medidas foram as primeiras emitidas pelo governo desde um novo código de conduta para a imprensa sobre a cobertura do histórico acordo anunciado no mês passado, e que denuncia a delicadeza do tema nuclear entre a liderança política do país.

O Observatório de supervisão da imprensa baniu o 9th Day Weekly, designação baseada no calendário persa e numa alusão a uma grande manifestação pró-governamental em 20 de dezembro de 2009. Foram ainda emitidos avisos ao diário Kayhan e ao jornal digital Raja News.

O 9th Day Weekly, propriedade do advogado ultraconservador Hamid Rasaie, e os outros dois órgãos são acusados de terem alegadamente violado as ordens sobre a cobertura do acordo emitidas pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional (SNSC).

O SNSC é a mais importante estrutura de segurança do país e supervisiona as conversações nucleares sob os auspícios do ayatollah Ali Khamenei, o líder supremo do país.

Em 14 de julho, o Irão e os Estados Unidos, a par do Reino Unido, China, França, Rússia e Alemanha, chegaram a acordo sobre o prolongado contencioso nuclear com Teerão.

No âmbito do acordo, o Irão concordou numa redução das suas atividades nucleares em troca do levantamento das sanções internacionais impostas nos últimos anos.

O Irão sempre negou as alegações ocidentais sobre a intenção em desenvolver a arma atómica, ao assegurar que o seu programa se destina à produção pacífica de energia.

A agência oficial IRNA anunciou a proibição do semanário e os avisos emitidos pelas autoridades a outros órgãos de comunicação.

Ao citar o Observatório de supervisão, exortou os media nacionais a terem em consideração "a segurança e o interesse nacional e evitarem as críticas no âmbito de uma liberdade responsável".

"Se alguém pretende fazer comentários contra os nossos interesses nacionais sobre um assunto relacionado com a nossa segurança nacional, então deverá ser travado em definitivo", considerou Hossein Nushabadi, porta-voz do Ministério da Cultura.

O acordo nuclear "é um assunto muito importante que foi alcançado sob a supervisão do líder supremo... e não pode ser facilmente criticado com comentários injustos", acrescentou.

Hamid Rasaie disse estar desapontado com a suspensão.

"A proibição do 9th Day Weekly pelo governo de Rohani (Presidente Hassan) não são notícias estranhas", escreveu o advogado na sua página na rede social Instagram.

Esta foi a terceira vez que a publicação foi proibida devido à cobertura da questão nuclear.

Nas duas anteriores ocasiões -- após o acordo interino de novembro de 2013 e no início deste ano --, a decisão acabou por ser anulada.