Família do 'mullah' Omar recusa apoiar novo líder talibã
A família do desaparecido 'mullah' Omar recusa jurar lealdade ao novo líder talibã e pede aos chefes religiosos para mediarem as disputas pelo controlo do poder no seio dos rebeldes islamitas afegãos, segundo uma mensagem áudio hoje divulgada.
© Reuters
Mundo Processos
Os insurgentes anunciaram na sexta-feira a nomeação do 'mullah' Akhtar Mansur, antigo "braço direito" do 'mullah' Omar, cuja morte foi anunciada oficialmente na quarta-feira, para a liderança do movimento.
Mas a designação não tem reunido consenso, com várias vozes a criticarem a nomeação e a questionarem a legitimidade de Akhtar Mansur para assumir o cargo de "comandante dos fiéis".
Numa mensagem áudio, hoje citada pela agência francesa AFP, o 'mullah' Abdul Manan, irmão do 'mullah' Omar, declarou que a família do antigo líder não vai prestar lealdade ao novo chefe talibã.
"Na tormenta, a nossa família (...) não prometeu lealdade a ninguém", afirmou Abdul Manan, cujo sobrinho (filho do 'mullah' Omar) Yacoub, de 26 anos, constava entre os possíveis candidatos à liderança dos insurgentes.
"Esperamos que os chefes religiosos resolvam estes diferendos, em vez de invocar fidelidade a um clã", acrescentou a mesma mensagem, cuja autenticidade foi confirmada por fontes talibãs.
Os serviços de informação afegãos anunciaram na quarta-feira que o líder talibã 'mullah' Omar estava morto desde de abril de 2013.
"O 'mullah' Omar está morto. Morreu num hospital de Karachi [sul do Paquistão] em abril de 2013 (...) em circunstâncias misteriosas", disse, na quarta-feira, à agência AFP Haseeb Sedigi, porta-voz dos serviços secretos afegãos, e na sequência dos persistentes rumores sobre a morte do chefe supremo dos talibãs.
A morte de Omar representa um revés significativo para o movimento rebelde talibã, que luta contra Cabul há quase 14 anos, a braços com divisões internas e ameaçado pela crescente presença do grupo autoproclamado Estado Islâmico (EI) na Ásia do sul.
Um dia depois da sua nomeação, e em resposta às várias vozes discordantes, o novo líder dos talibãs afegãos apelou "à unidade" do movimento islamita.
Nesta primeira mensagem áudio, o 'mullah' Akhtar Mansur falou sobre as negociações de paz, que começaram no início de julho com o Governo afegão, mas sem especificar as suas intenções em relação a este processo.
"O inimigo diz que existe um processo de paz. Mas como vocês sabem, os nossos inimigos divulgam muita propaganda", disse, na mensagem de 30 minutos.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com