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Imigrantes relatam ataques e roubos no mar antes de chegarem à Grécia

Vários imigrantes que tentaram ou conseguiram passar da Turquia para a Grécia relataram ter sido atacados por homens armados que tentaram impedi-los de chegar à Europa e que às vezes os roubavam, segundo várias fontes.

Imigrantes relatam ataques e roubos no mar antes de chegarem à Grécia
Notícias ao Minuto

23:00 - 31/07/15 por Lusa

Mundo Mediterrâneo

Uma organização não-governamental, que pediu para não ser identificada, está a investigar, após ter ouvido vários relatos, por suspeitar da ação de "máfias" ou "comandos especiais" da guarda costeira grega, como ocorreu no passado.

A área da ilha grega de Lesbos, no Mar Egeu, é a mais afetada por estes casos, que são acompanhados por roubo de dinheiro e de motores dos barcos onde chegam os imigrantes, disse a fonte.

Nawal Sufi, uma ativista italiana que recebe inúmeros telefonemas de socorro de refugiados sírios no mar, disse que recebeu testemunhos de imigrantes que chegaram em 20 barcos nos últimos meses.

"Os imigrantes falam de comandos, alguns dizem Frontex (a agência de controlo das fronteiras europeias), outros referem as guardas costeiras turca e grega, milícia ou piratas", explicou aos jornalistas, acrescentando que o número daqueles relatos está a aumentar.

Moubarak, um sírio de 30 anos, contou a história de um navio militar turco, que pediu para o barco parar e o inundou com um jacto de água.

De seguida, acrescentou, homens tentaram tirar o motor, mas depois de mais de uma hora de luta os imigrantes foram capazes de continuar a sua viagem até Lesbos, disse o jovem, que se encontra à procura de asilo na Alemanha.

Um sírio contou que um navio militar se aproximou do barco onde seguia com 42 passageiros, incluindo crianças, e que homens encapuzados roubaram as economias de todas as pessoas que seguiam a bordo e mandaram para o mar os seus bens.

Os mesmos homens roubaram o motor do barco. Aquele grupo foi resgatado pela guarda costeira turca, juntamente com um outro que tinha sofrido um ataque semelhante.

Segundo Efi Latsoudi da organização não-governamental da "Aldeia Toda Junta" de Lesbos, poderá estar a assistir-se a uma ação de intimidação e de desincentivo, que costumava acontecer no passado na Grécia.

"A Amnistia Internacional e outras organizações não-governamentais de defesa dos direitos humanos denunciaram os maus tratos a imigrantes na Grécia para os convencer a regressar à Turquia", lembrou.

Segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, 109 mil imigrantes chegaram à Grécia no início do ano.

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