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Escassez de combustível pode gerar mais mortes no Iémen

A escassez de combustível no Iémen, devido aos conflitos e às restrições nas importações pode, num futuro próximo, causar de mais mortes no país do que os atuais combates, denunciou hoje a organização internacional Oxfam.

Escassez de combustível pode gerar mais mortes no Iémen
Notícias ao Minuto

10:45 - 14/07/15 por Lusa

Mundo Organização

A falta de combustível afetou o fornecimento de água e de alimentos e os serviços médicos de 84% dos iemenitas, que necessitam de ajuda urgente e enfrentam um risco crescente de doença e desnutrição, refere a Oxfam, em comunicado.

Desde o final de março passado, quando começou a ofensiva de uma coligação árabe liderada pela Arábia Saudita contra os rebeldes xiitas huthis, a citada aliança impôs restrições às importações, que não foram levantadas apesar da atual trégua humanitária, que está a ser violada por ambos os lados.

Philippe Clerc, diretor da Oxfam no Iémen, assegurou que depois de mais de 100 dias de luta, os iemenitas "necessitam de um fluxo constante de abastecimentos no país e de um cessar-fogo permanente para permitir a entrega de combustível e outros mantimentos".

"Caso contrário, muitas mais pessoas morrerão desnecessariamente. Sem um ação urgente, a escassez poderá matar mais pessoas do que as balas ou as bombas", sublinhou Clerc.

O combustível que entra no país totaliza apenas 20% do que é necessário e os alimentos e medicamentos que se podem distribuir são também insuficientes e permanecem, muitas vezes, bloqueados nos portos por falta de combustível para os transportar".

"Sem um fornecimento adequado de combustível, as bombas de água não poderão operar por mais tempo e os alimentos e medicamentos limitados que se encontram nos principais portos do Iémen vão estragar-se, já que não podem ser transportados para os 21 milhões de pessoas que necessitam de ajuda", disse o responsável da Oxfam.

Cerca de 20 milhões de pessoas, 80% da população, necessita de água potável neste momento.

Atualmente, pelo menos 1.8 milhões de crianças estão com risco de diarreia e cerca de 400.000 milhões poderão sofrer de desnutrição severa, diz a nota da Oxfam.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, pelo menos 120.000 milhões de crianças poderão morrer se não se proporcionar água potável, atenção adequada e alimentos.

Além disto, pelo menos 500 mulheres grávidas enfrentam um maior risco de morrer durante o parto, já que a escassez de combustível obrigou a fechar hospitais e salas de maternidade.

Desde que começaram os bombardeamentos da coligação, em finais de março, mais de 3.000 pessoas morreram, metade das quais civis, e um milhão teve que abandonar as suas casas, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).

O secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, manifestou-se na segunda-feira "muito dececionado" pelo fracasso da trégua humanitária que devia observar-se desde sexta-feira e assegurou que a sua organização mantém contactos com todas as partes para tentar parar a violência.

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