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Vitória do "não" no referendo grego não surpreendeu berlinenses

A vitória clara do "não" às propostas dos credores internacionais no referendo não surpreendeu os berlinenses ouvidos pela Lusa, que consideraram que o resultado era previsível.

Vitória do "não" no referendo grego não surpreendeu berlinenses
Notícias ao Minuto

17:25 - 06/07/15 por Lusa

Mundo Grécia

"Os resultados eram bastante previsíveis, a campanha para o "não" foi muito forte, manipulou a opinião grega", diz Annika, 40 anos, ouvida pela Lusa em Berlim.

Com a vitória do "não" na consulta pública de domingo, debatem-se agora as consequências da rejeição das propostas dos credores internacionais e a permanência da Grécia na zona euro.

"Algum acordo terá de acontecer. Resta saber quem vai conseguir o melhor acordo -- os credores internacionais ou o povo grego. Haverá um compromisso", diz Nadav, 34 anos, engenheiro informático.

Os gregos rejeitaram no domingo por ampla maioria as propostas dos credores internacionais, abrindo caminho à incerteza sobre a permanência da Grécia na zona euro.

Segundo os resultados apurados depois de escrutinados 95% dos votos, 61,31% dos gregos disseram "Não" às propostas dos credores.

Já hoje, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, decidiu demitir-se, a pedido do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, e para o final do dia está agendado um encontro entre os chefes de Estado francês e alemão para discutir a crise atual.

Na sequência dos resultados do referendo, está também agendada para terça-feira uma cimeira extraordinária da zona Euro, antecedida de uma reunião do Eurogrupo.

"Como é que Alexis Tsipras vai conseguir manter as promessas que fez é o que gostava de saber", exclama Annika, artista visual. "Tem muito a ver com a credibilidade do atual governo grego, perceber como vão lidar com reformas fiscais, com a recolha de impostos", Anne, 33 anos, a fazer doutoramento em Economia.

Sobre a saída de Varoufakis, Nadav afirmou-se surpreeendido mas considerou-a "um sinal que o primeiro-ministro grego está a enviar às instituições internacionais, de que está disposto a negociar".

De acordo com as declarações de Varoufakis, a demissão pode ser benéfica para um acordo entre o governo grego e as instituições europeias. O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz "fez os possíveis para não se referir ao ministro das finanças pelo nome, podia ver-se claramente que eles não querem dar qualquer tipo de credibilidade a Varoufakis", analisa Anne.

"Penso que a consequência é a saída da Grécia do Euro. Não pode haver outra resposta por parte da UE", elabora Ulla, 48 anos, arquiteta em Berlim. "A saída de um membro da UE não deve ser encarada como um fracasso do projeto em si. Se um país não cumpre os requisitos, deve sair", conclui Ulla.

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