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Imprensa de centro-direita intensifica campanha pelo 'Sim'

A intervenção na quinta-feira do antigo primeiro-ministro conservador Costas Karamanlis, que quebrou um silêncio público de cinco anos, é o grande destaque dos jornais gregos de hoje que apoiam o "sim" no referendo de domingo.

Imprensa de centro-direita intensifica campanha pelo 'Sim'
Notícias ao Minuto

10:09 - 03/07/15 por Lusa

Mundo Grécia

"Karamanlis: Escolhemos o SIM por razões nacionais. Vibrante intervenção do antigo primeiro-ministro", refere o diário conservador Kathimerini, numa alusão à intervenção do ex-líder da Nova Democracia (ND), afastado do poder em outubro de 2009 pelo Movimento Socialista Pan-Helénico (Pasok, então liderado por George Papandreou), no início da "crise da dívida" que continua a assolar a Grécia.

"A nossa posição no núcleo duro da Europa é uma questão de segurança nacional. Não significa saída da UE e aventureirismo", destaca por sua vez o periódico de centro-esquerda Ethnos, próximo do Pasok.

Os gregos vão pronunciar-se no domingo sobre a última versão de uma proposta de acordo dos credores da Grécia, que prevê uma série de reformas e de medidas orçamentais em troca da continuação do apoio financeiro ao país.

Ainda na sua primeira página, os resultados de uma sondagem que fornecem ao "sim" uma vantagem de 1,4 por cento sobre o "não" (44,8% contra 43,4%), com 61% dos inquiridos a considerarem que co o voto "Não" a Grécia arrisca a sua posição no clube da moeda única.

As declarações consideradas chocantes do primeiro-ministro Alexis Tsipras sobre os bancos, quando referiu que apenas serão reabertos após um acordo com os parceiros europeus, ou as reações ao discurso do ministro da Defesa Panos Kammenos, líder do partido de direita Gregos Independentes que integra a coligação no poder, de que "as Forças Armadas asseguram a estabilidade interna" merecem ainda destaque nos periódicos situados ao centro e à direita.

O diário de centro-esquerda Ta Nea optou antes pela frase "Caos, pobreza e dracma - o voto NÃO assusta", uma tendência manifestada por parte considerável do eleitorado e que o Governo do Syriza está a tentar contrariar a todo o custo.

Assim, o periódico de esquerda Efimerida ton Syntakton sublinha o "sim a um governo de tecnocratas" na Grécia na sequência da entrevista do presidente do parlamento Europeu, Martin Schulz, ao alemão Handelsblatt, onde defendeu o "sim" no referendo, a demissão do Governo de Tsipras e a formação de um executivo de tecnocratas que deverá assinar um novo plano de resgate com os credores após eleições.

O Avgi, órgão oficial do Syriza, enfatiza por sua vez os "compromissos de Tsipras" no "dia seguinte" à votação de domingo, insiste que não está em causa a saída do euro e sugere um acordo que forneça "uma saída mas sem novos planos de resgate", para evitar que a Grécia se torne numa "colónia endividada".

O relatório do FMI que reconhece a "insustentabilidade" da dívida grega, abrindo as portas a uma eventual reestruturação, é outro tema destacado pelo jornal.

Uma foto do comício na praça Syntagma promovida na noite de quinta-feira pelo Partido Comunista Grego (KKE) ocupa naturalmente parte considerável da primeira página do Rizospastis, o seu diário oficial.

"Governo-FMI-BCE: conflito na frente capitalista aprofunda-se, ataque ao povo intensifica-se", lê-se na primeira página, numa confirmação da sua atual estratégia política e que passa pelo apelo à abstenção no referendo de domingo.

"Empobrecem o povo com a proposta da UE-BCE-FMI e com as propostas do Governo", sublinha ainda o diário do PC grego.

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