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Milhares em Atenas enfrentam mau tempo para declarar 'sim' à Europa

A chuva e a trovoada não fizeram desmobilizar muitos milhares de pessoas em Atenas que hoje quiseram manifestar um voto de confiança na Europa, respondendo "nai" ("sim") às propostas dos credores da Grécia.

Milhares em Atenas enfrentam mau tempo para declarar 'sim' à Europa
Notícias ao Minuto

21:30 - 30/06/15 por Lusa

Mundo Manifestação

Para domingo está marcado um referendo em que se pergunta aos gregos se o país deve aceitar o último projeto de acordo dos credores internacionais com condições para a Grécia continuar a ter assistência financeira.

Uma assinalável presença policial bloqueava todas as avenidas que levam à praça Sintagma, onde na segunda-feira o governo do Syriza também mobilizou milhares de pessoas em defesa do "não" ("oxi") ao acordo sugerido pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.

A concentração de hoje, apoiada pelos três principais partidos do centro e da direita grega, confirmou a estratégia política de apresentar o referendo de domingo como um voto decisivo na manutenção ou saída da zona Euro.

"Estou aqui porque me sinto europeia e quero permanecer europeia. Não apenas por nós, mas também pelos nosso filhos. Nºao somos balcânicos. Cresci aqui, criei aqui os meus filhos e sou europeia, estou muito envergonhada com isto", admite Ioanna, natural de Atenas, que diz trabalhar numa empresa de marketing, "mas não do Governo".

Segura numa mão uma bandeira da União Europeia e na outra uma cor de rosa com a palavra "nai", que também colou ao peito.

"Este governo não explicou ao povo se quer outra moeda. Estamos no mesmo país e agora querem que decidamos entre sim e não? Somos europeus", afirmou.

Apesar da chuva, num protesto em que se fizeram ouvir muitos apitos, a Atenas "elegante e europeia" voltou a descer à rua. 'Blazers', camisas às riscas, sapatos de ultima moda e chapéus denunciavam em muitos dos presentes uma origem social mais privilegiada.

A chuva, que começou a cair meia hora após o inicio da manifestação, às 19:30 horas locais, levou a que se abrisse um mar de chapéus de chuva, mas a praça Sintagma quase encheu.

"Governo demissão!", "Grécia, Europa, Democracia!", "Não ao lóbi do dracma" ou "A minha vida não vale 60 euros", numa alusão às atuais restrições de levantamentos bancários, impunham-se como palavras de ordem.

"Não julgo que um primeiro-ministro por si proóprio deva decidir se saímos do euro. Fez promessas antes das eleições que agora não pode cumprir. 'Queremos ficar na europa?' é a grande questão deste referendo", considerou Kostas, funcionário bancário de 34 anos.

"Somos cidadãos europeus, a Grécia é parte da europa, a Europa nasceu na Grécia", argumenta, antes de sugerir que o atual governo do Syriza possui uma "agenda secreta" para colocar o país fora da Europa.

"Diz que quer ficar na Europa e no euro, mas tem uma agenda secreta. Foi por isso que durante cinco meses não fez nada de significativo. Este governo deve ser demitido, formar-se um executivo com partidos da oposição e depois ir a eleições", defendeu

Ao cair da noite, e ao contrário do que estava previsto, o presidente da câmara de Atenas compareceu para umas breves palavras em defesa do euro e da Europa, que galvanizaram os manifestantes.

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