O ócio melhora, mesmo, a criatividade?
Vários estudos neurocientíficos têm demonstrado que os momentos de lazer e de descanso são importantes para a criatividade e a solução de vários problemas. Mas, isso não quer dizer que deve passar o seu tempo sem fazer nada para ser um profissional talentoso.
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"O ócio é apenas um terreno, um espaço fundamental para que o novo surja, e não a solução em si; é preciso exercitar a vontade para que o novo surja", avisa o neurocirurgião Ricardo de Almeida Leme, chefe de neurocirurgia pediátrica no Hospital Infantil Sabará e autor do livro "Saúde é Consciência - Medicina da Saúde x Medicina da Doença"(Ed. Saraiva), ao UOL.
Os momentos de lazer e para relaxar são “benéficos para o cérebro” porque ativam “as áreas corticais e do sistema límbico que estão associadas ao prazer e recompensa”
Num artigo recente, publicado no jornal Perspectives on Psychological Science, a psicóloga e educadora Mary Helen Immordino-Yang, da Universidade do Sul da Califórnia, explica que uma série de estudos a ressonâncias magnéticas cerebrais têm mostrado como é que o chamado "modo padrão" (ativado quando se está a descansar e a atenção deixa de estar focada no mundo externo) é essencial para a realização de processos mentais como imaginar o futuro, recuperar memórias e sentir emoções. Que, como destaca o UOL, são ingredientes fundamentais para a solução problemas.
Ricardo de Almeida Leme sugere ainda que o tempo livre é importante e necessário para que as pessoas possam dar sentido e significado à sua vida.
Mas ócio não significa ‘não fazer nada’: Deve praticar o ócio criativo. Que, no fundo, é trabalhar, divertir-se e aprender ao mesmo tempo.
"Aquele que é mestre na arte de viver faz pouca distinção entre o seu trabalho e o seu tempo livre, entre a sua mente e o seu corpo, entre a sua educação e a sua recreação, entre o seu amor e a sua religião. Distingue uma coisa da outra com dificuldade. Almeja, simplesmente, a excelência em qualquer coisa que faça, deixando aos demais a tarefa de decidir se está a trabalhar ou a divertir-se. Ele acredita que está sempre a fazer as duas coisas ao mesmo tempo" , descreve o sociólogo italiano Domenico de Masi, num trecho do seu livro e que é muito usado por especialistas em coaching.
Ficar a navegar na internet também não conta: Vários especialistas defendem que o descanso é muito importante e que passar horas na internet não é considerado ‘descanso’. Até porque, como defende Mary Helen Immordino-Yang, estar na internet ‘a descansar’ prejudica a dispersão natural do cérebro. Opte por atividades como meditação, exercício físico ou uma sesta.
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