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Líder da Al-Qaeda na Síria diz que não vai atacar o Ocidente

O líder da Al-Qaeda na Síria afirmou numa entrevista que não usará o território para atacar o Ocidente e que protegerá todas as minorias que reneguem o regime, declarações vistas como uma tentativa de se afirmar como oposição legítima.

Líder da Al-Qaeda na Síria diz que não vai atacar o Ocidente
Notícias ao Minuto

17:55 - 28/05/15 por Lusa

Mundo Entrevista

Abu Mohamed al-Jolani, líder da Frente al-Nosra, deu na quarta-feira à noite uma entrevista, a segunda, à televisão Al-Jazira, na qual não mostra a cara e diz estar a falar "das terras libertadas da Síria".

"As instruções que temos são para não usar al-Sham (o Levante) como base para lançar ataques contra o Ocidente ou a Europa para não manchar a atual guerra", disse al-Jolani.

"A nossa missão na Síria é a queda do regime, dos seus símbolos e dos seus aliados, como o Hezbollah", afirmou, referindo-se ao movimento xiita libanês que luta ao lado das forças do regime de Bashar al-Assad.

Mas, se forem atacados pelos Estados Unidos, "todas as hipóteses estão em aberto, toda a gente tem direito à autodefesa".

Al-Jolani criticou fortemente os Estados Unidos por lançarem ataques aéreos contra a Frente al-Nosra na Síria e acusou Washington de coordenar a utilização do espaço aéreo com o regime de al-Assad. "A América está a apoiar o regime", disse.

Tal como na primeira entrevista que deu à Al-Jazira, em 2013, al-Jolani afirmou que o fim do regime de Al-Assad está próximo.

"A queda de Bashar não está longe. Não quero projetar demasiado otimismo, mas há sinais muito positivos", disse.

Recusou no entanto qualquer solução política para o conflito, afirmando que qualquer acordo político "alcançado nos corredores de Washington" seria "à custa do sangue do povo sírio".

Analistas ouvidos pela agência France Presse consideram que as posições assumidas por al-Jolani na entrevista visam afirmar a Frente Al-Nosra como oposição legítima ao regime e distanciar-se dos extremistas do Estado Islâmico.

"Integra-se num processo de normalização que a Al-Qaeda na Síria tem vindo a procurar há já algum tempo", disse Charlie Winter, especialista em 'jihadismo' da Quilliam Foundation, em Londres.

"Quer parecer mais aceitável aos olhos do Ocidente. (A entrevista) foi uma espécie de anúncio televisivo da 'Al-Nosra, os moderados'", disse.

Lina Khatib, diretora do Centro para o Médio Oriente do Carnegie Endowment for International Peace, afirma também que a Frente al-Nosra está a tentar afirmar-se "como um ator político e um ator da oposição síria aos olhos do Ocidente".

Referindo-se à promessa de al-Jolani de não atacar minorias sírias, incluindo cristãos e alauítas, Winter afirmou que "Jolani estava a tentar dizer ao mundo que ele não é como o Estado Islâmico".

A Al-Nosra conseguiu nos últimos meses aumentar o seu território na zona noroeste da Síria, depois de várias vitórias na província de Idlib que lhe permitiram nomeadamente tomar a capital da província e uma importante base militar.

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