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Justiça alemã desiste de julgar oficial nazi por motivos de saúde

A justiça alemã anunciou hoje que desistiu das acusações contra um antigo oficial nazi de 93 anos, envolvido num massacre em Itália em 1944, alegando que o homem sofre de demência.

Justiça alemã desiste de julgar oficial nazi por motivos de saúde
Notícias ao Minuto

14:32 - 28/05/15 por Lusa

Mundo Demência

Gerhard Sommer, um antigo oficial da 16.ª divisão de infantaria mecanizada designada originalmente como 'Reichsführer-SS', foi acusado do assassínio de 560 civis na aldeia de Sant'Anna di Stazzema, na região italiana da Toscana (norte), em 1944.

Sommer, que terá 94 anos no próximo mês de junho, era o último sobrevivente que poderia ser julgado na Alemanha por este massacre.

"A análise deste volumoso dossiê conduziu à conclusão de que o suspeito, se estivesse apto para ser julgado, seria condenado com uma grande probabilidade" por pelo menos 342 homicídios qualificados, escreveu o Ministério Público de Hamburgo (norte), num comunicado hoje divulgado.

No entanto, especialistas revelaram que o antigo oficial nazi sofre de uma "demência profunda" e portanto não poderá comparecer diante de um tribunal, acrescentou a mesma nota informativa.

A 12 de agosto de 1944, soldados nazis mataram quase todos os habitantes e as pessoas que estavam refugiadas em Sant'Anna di Stazzema. No total eram 560 civis, incluindo 107 crianças com menos de 14 anos.

Após várias décadas de inércia judicial, tanto na Alemanha como em Itália, o caso ressurgiu na década de 1990 com a investigação de vários historiadores que conseguiram enumerar com precisão os crimes das unidades militares nazis das 'Waffen-SS' durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Na Alemanha, o Ministério Público de Estugarda (sul) abriu em 2002 um inquérito contra 17 antigos soldados pelo massacre na Toscana.

O processo, que passou a ser posteriormente contra oito suspeitos sobreviventes, incluindo Sommer, seria interrompido em 2012 por falta de provas.

Em 2014, o tribunal de apelo de Karlsruhe anulou esta decisão só para o caso de Gerhard Sommer.

Na altura, a instância judicial considerou que o antigo oficial nazi sabia "sem dúvida" que o assassínio em poucas horas dos habitantes daquela aldeia italiana, com metralhadoras e com lança-chamas, não era um simples ato de retaliação contra o movimento de resistência italiano.

Em 2005, um tribunal militar de Spezia, no norte de Itália, condenou dez oficiais nazis, incluindo Sommer, à prisão perpétua.

Esta sentença, confirmada após apelo, nunca chegou a ser cumprida, uma vez que a Alemanha não extradita os seus cidadãos.

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