"Não" reconhece derrota no referendo ao casamento gay
Um dos principais líderes da campanha do 'não' ao casamento homossexual na Irlanda admitiu já a derrota, após o referendo histórico realizado sexta-feira sobre a legalização dessas uniões naquele país.
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Mundo Irlanda
"Esta é uma clara vitória para o lado do sim" ao casamento gay, disse em declarações à televisão irlandesa RTE David Quinn, diretor do Instituto Iona, um dos organismos que defendem os interesses da comunidade católica.
O mesmo responsável disse que, segundo uma contagem inicial, o 'sim' terá ganho por cerca de dois boletins em cada três: "É objetivamente uma impressionante vitória para o sim".
Mais de 3,2 milhões de irlandeses foram chamados sexta-feira às urnas para se pronunciarem contra ou a favor do casamento homossexual num país onde a influência da Igreja Católica, embora em declínio, continua forte.
A questão colocada aos irlandeses propunha uma alteração à Constituição para autorizar "o casamento entre duas pessoas, sem distinção de sexo".
Este referendo, 22 anos após a despenalização da homossexualidade na Irlanda, originou acesos debates, com os defensores do 'não' a queixarem-se de intimidação e vandalização dos seus cartazes.
O 'sim' é defendido por todos os principais partidos políticos irlandeses, incluindo o Fine Gael, do primeiro-ministro Enda Kenny.
"Votem Sim", "Igualdade para Todos", lia-se, em Dublin, em cartazes afixados perto da antiga casa de Oscar Wilde, escritor cuja homossexualidade lhe valeu a prisão na Grã-Bretanha por atentado ao pudor.
Centenas de cidadãos irlandeses residentes há pouco tempo na Grã-Bretanha deslocaram-se à ilha por avião, comboio ou 'ferry' para exercerem o direito de voto.
Dezoito países, 13 dos quais europeus, legalizaram o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas todos o fizeram por via parlamentar.
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