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Workshop em Londres ajuda mulheres lusófonas a procurarem emprego

Recém-chegadas ou estabelecidas há vários anos em Londres, as mulheres lusófonas emigrantes consideram importante ter ajuda para falar melhor inglês e preparar a entrada no mercado de trabalho.

Workshop em Londres ajuda mulheres lusófonas a procurarem emprego
Notícias ao Minuto

12:19 - 18/04/15 por Lusa

Mundo Emigrantes

Foi com esse objetivo que Magda Garcia, em Londres há cerca de seis meses, resolveu participar num workshop de formação pessoal e profissional exclusivo para mulheres na Tate South Lambeth Library, numa zona onde vivem muitos portugueses.

"Decidi vir porque tenho algumas dificuldades com a língua e é uma mais valia para a aprendizagem, para conhecer pessoas novas, para me integrar", disse à agência Lusa.

Natural de Tomar e mãe de dois filhos, tem acompanhado a integração na escola, mas ao mesmo tempo já pensa voltar ao trabalho que tinha, como empregada de comércio.

Além de praticar o inglês, no workshop é ensinado como elaborar um currículo ao estilo britânico, regras de etiqueta, como falar em público, técnicas de liderança, relações públicas ou como usar a internet e as redes sociais na busca de emprego.

Embora resida na capital britânica à sete anos, Verícia Gonçalves admite viver "dentro de uma olha onde só se fala português e um pouco de espanhol".

O verdadeiro contacto com a língua local chegou com a filha, cuja entrada na escola introduziu o idioma no quotidiano da família e libertou a a paulista casada com um português da missão de acompanhar a filha em exclusividade.

"Esse workshop é muito válido porque eu estou a praticar mais o inglês, trilhando o caminho para chegar ao meu objetivo, que é trabalhar em próteses dentárias, que era no que eu trabalhava antes de vir para cá, e é o que espero alcançar", vincou.

Algo que descobriu é que a forma de elaborar o currículo é diferente daquela que praticou no Brasil ou em Portugal, onde também viveu, e que isso pode ser essencial para conseguir encontrar emprego.

"Eu acho muito válido esse curso para a comunidade que fala a língua portuguesa, independente do tempo há que está aqui, porque às vezes as pessoas estão aqui há 1, 2, 3, 4 anos fazendo o mesmo serviço, quer mudar e não consegue na mesma área", acrescentou.

Para Rute Santos, este é um regresso a Londres, onde trabalhou há nove anos atrás e onde chegou de novo no final de 2014, após um período em Madrid.

No workshop, revelou, aperfeiçoou o formato do currículo, aprendeu a escrever cartas de apresentação, a falar em público e a preparar-se para uma entrevista de trabalho.

"A internet dá-nos grandes oportunidades, mas não é tanto na prática: dão-nos as ideias, sabemos onde temos de procurar, sabemos as ofertas que existem no mercado, mas para estarmos aptos a candidatar-nos a essas ofertas tem de haver uma prática de possamos expor os nossos problemas, as nossas dúvidas e buscar ajuda nesse sentido. O workshop é fundamental para isso", justificou.

Durante o curso, ouviram ainda testemunhos e exposições de escritores, políticos e outros profissionais portugueses radicados na cidade.

A responsável pela formação, Patrícia Marcelino, referiu que esta é uma iniciativa para aproximar a comunidade portuguesa, estimada em 100 mil pessoas só na zona de Lambeth, no sul de Londres, da biblioteca municipal, onde existe uma secção de livros em língua portuguesa e outras atividades como cursos de inglês para estrangeiros.

"As senhoras em particular são mais vulneráveis no sentido em que nem sempre podem aderir às atividades que existem aqui na comunidade porque estão presas ou à família ou à casa e achámos que fazer uma atividade destas de manhã, a seguir à escola começar, seria uma ideia boa para as senhoras", salientou.

Outro objetivo importante é estimar a auto-confiança e a motivação para procurarem emprego e assim poderem melhor tentar integrarem-se na sociedade britânica.

"A ideia é que trabalhem um bocadinho a área dos currículos, o falar inglês, o falar em público, o sentirem-se confiantes para avançar e sair deste cantinho português que é o Little Portugal onde os portugueses se fecham um bocadinho", enfatizou.

Patrícia Marcelino já vê alguns progressos: algumas das mulheres já conseguiram posições, abrindo vagas para outras candidatas.

Tal como do que o sucesso nos objetivos, a continuação desta iniciativa, confiou, depende da continuação do financiamento por parte das autoridades britânicas, que permite que a participação seja gratuita.

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