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O mais generoso falsificador de arte dos Estados Unidos

Mark Landis admite o esquema que levou a cabo durante anos. E descreve-se mesmo como uma espécie de Pinóquio.

O mais generoso falsificador de arte dos Estados Unidos
Notícias ao Minuto

12:10 - 31/03/15 por Notícias Ao Minuto

Mundo Mark Landis

A história de Mark Landis serve de aviso aos responsáveis de museus e curadores. Durante três décadas, este norte-americano copiou obras dos mais diversos artistas e ofereceu-as a museus, como se fizessem parte da sua coleção pessoal. Esta coleção, porém, não contava com um único original.

Mark Landis foi diagnosticado com esquizofrenia quando era novo, pouco depois de ter perdido o pai, conta a BBC. Pintar foi uma das melhores formas que encontrou para se expressar. Mas Landis não criava; simplesmente imitava. E muito bem, por sinal.

Durante 30 anos foram vários os museus que aceitaram e até exibiram obras suas, convencidos de que se tratavam de obras de arte a sério. A parte curiosa é que estes anos todos de mentira nunca resultaram em acusação.

“É óbvio que não é crime dar um quadro a um museu, e os museus tratavam-me como realeza”, conta Landis à BBC. Mas como começou tudo isto? “Foi um impulso para impressionar a minha mãe”.

Mark Landis sabia o que os museus queriam. Estudava o tipo de obras que exibiam e depois copiava. A parte mais impressionante é que este falsificador era particularmente eficaz no que fazia. Landis não se aventurava com complexos produtos químicos e técnicas de quem falsifica arte para ganhar a vida.

“Não tenho paciência para isso”, conta. “Compro os meus produtos no Walmart ou Woolworth” – grandes superfícies que habitualmente têm descontos. “E depois faço-o numa hora ou duas”. Quando um quadro lhe tirava mais do que isso, geralmente fartava-se.

A sua história foi descoberta por Matt Leininger, do museu de Oklahoma. Um dia chegou-lhe às mãos um quadro de Louis Valtat, entregue pelo próprio Mark Landis. Ao início não desconfiou. Mas quando viu que o nomede Landis surgia creditado noutras onbras, noutros museus, começou a desconfiar. Estávamos em 2010.

Contacto alguns responsáveis de museus e em pouco tempo percebeu o esquema. O alerta foi lançado e hoje em dia já nenhum museu confia nas obras de Landis. Matt Leininger, porém, salienta o que muita gente não gosta de admitir: entre os responsáveis de museus este assunto é sensível e dá má publicidade.

Como Mark Landis nunca ganhou dinheiro com as suas obras, este generoso falsificador nunca foi acusado de nenhum crime. E foi no museu de Oklahoma que teve direito a uma pequena redenção, à conta de Matt Leininger, que se interessou pela história.

Em 2012, o museu de Oklahoma fez uma exposição com as obras falsificadas de Mark Landis. Desta vez toda a gente sabia ao que ia. Para este generoso falsificador, o seu talento para a pintura pôde, pela primeira vez, ter direito ao seu próprio público, ainda que as obras fossem cópias.

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