Meteorologia

  • 25 ABRIL 2024
Tempo
14º
MIN 13º MÁX 19º

Ordem dos Advogados revoltada com homicídio de Gilles Cistac

Maputo, 03 mar (Lusa) - A Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) manifestou-se hoje revoltada e indignada com o homicídio do constitucionalista moçambicano Gilles Cistac, exigindo às autoridades que responsabilizem os "autores de tão vil ato".

Ordem dos Advogados revoltada com homicídio de Gilles Cistac
Notícias ao Minuto

17:22 - 03/03/15 por Henrique Botequilha

Mundo Moçambique

Maputo, 03 mar (Lusa) - A Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) manifestou-se hoje revoltada e indignada com o homicídio do constitucionalista moçambicano Gilles Cistac, exigindo às autoridades que responsabilizem os "autores de tão vil ato".

"Estamos indignados, revoltados", diz a OAM, em comunicado que divulgou na sua página na Internet, descrevendo Gilles Cistac como um acérrimo defensor do Estado de Direito e da democracia

A OAM afirma que vai acompanhar toda a investigação ao assassínio e apela às autoridades para que tomem todas as medidas para identificar e responsabilizar "os autores de tão vil acto".

O académico foi transportado ainda com vida para o Hospital Central de Maputo, onde acabou por morrer cerca das 13:00 locais (11:00 em Lisboa).

A polícia disse que segue a pista de quatro suspeitos, três negros e um branco, e que foi este último quem abriu fogo contra Cistac.

Na semana passada, o académico anunciou que ia processar um homem que, através da rede social Facebook e com o pseudónimo Calado Kalashnikov, acusou Cistac de ser um espião francês que obteve a nacionalidade moçambicana de forma fraudulenta.

Gilles Cistac, de origem francesa, era um dos principais especialistas em assuntos constitucionais de Moçambique e, em várias ocasiões, manifestou opiniões jurídicas contrárias aos interesses do Governo e da Frelimo, partido no poder.

Em entrevistas recentes, Cistac considerou que não há impedimentos jurídicos à pretensão da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana, principal partido de oposição) de criar regiões autónomas no país, contrariando declarações opostas de quadros da Frelimo, o partido no poder.

O Governo moçambicano considerou o atentado "um ato macabro" e espera que os autores sejam "exemplarmente punidos", enquanto a Renamo afirmou que o académico foi vítima de "perseguição política" motivada pelas suas posições recentes.

Na segunda-feira o Presidente moçambicano pediu, na abertura do ano judicial, que os órgãos de justiça oiçam os apelos do povo e controlem a criminalidade.

"Todos os dias, ouvimos a súplica do nosso povo para que as autoridades competentes combatam e controlem a criminalidade", afirmou Filipe Nyusi no seu discurso.

No mesmo evento, o bastonário da OAM, Tomás Timbane, alertou que a situação da polícia constitui "um dos elos mais fracos" do Estado moçambicano.

Num contundente discurso para uma plateia onde também se encontrava o comandante da Polícia da República de Moçambique, o bastonário da OAM avisou que, a alternativa ao Estado de Direito é a "arbitrariedade" e que, para evitá-lo é preciso "reformar urgentemente a polícia".

PMA (HB/EYAC) // EL

Lusa/Fim

Recomendados para si

;
Campo obrigatório