Direitos humanos são "bússola" e não "luxo" em tempos de crise
A defesa e a proteção dos direitos humanos não devem ser consideradas "um luxo" em tempos de crise, mas uma "bússola fundamental da ação política", defendeu hoje a organização Human Rights Watch.
© Lusa
Mundo Human Rights Watch
No seu relatório anual, hoje divulgado em Beirute, capital do Líbano, a organização de direitos humanos analisa as práticas em mais de 90 países e aponta "um caminho" num contexto de "crise e caos".
Com o título "Os direitos não são um mal em tempos difíceis", o 25.º relatório anual da Human Rights Watch conclui que "os governos estão a cometer um grave erro quando ignoram os direitos humanos para reagir aos sérios desafios à segurança".
No documento, de 656 páginas, a organização dá vários exemplos, começando pela ascensão do grupo fundamentalista autodenominado Estado Islâmico (EI), "um dos desafios globais que desencadeou uma subordinação dos direitos humanos".
Porém, recorda a Human Rights Watch, o Estado Islâmico "não surgiu do nada", estando associado a vários fatores internacionais, nomeadamente a "políticas abusivas dos governos iraquiano e sírio" e "um vazio na segurança iraquiana criado pela invasão dos Estados Unidos".
Outro dos exemplos mencionados diz respeito à Nigéria, onde o grupo fundamentalista Boko Haram tem sequestrado civis e atacado mercados, mesquitas e escolas.
Mas também nos Estados Unidos se tem verificado uma "tendência para ignorar os direitos humanos quando existem desafios à segurança", realça a organização.
"Em demasiados países, incluindo Quénia, Egito e China, os governos e as forças de seguranças têm respondido a ameaças terroristas reais ou pressentidas com políticas abusivas, que, em último caso, incitam às crises", considera a organização.
Aliás, "as violações de direitos humanos desempenharam um papel fundamental na gestação ou no agravamento de muitas das crises de hoje", sustenta o diretor executivo da organização, Kenneth Roth, citado no comunicado emitido a propósito do lançamento do relatório.
"Proteger os direitos humanos e assegurar a responsabilidade democrática são as chaves para resolver essas crises", contra-argumenta Kenneth Roth.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com