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Líder do Movimento Democrático diz que o seu partido "não se auto-exclui"

O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) garantiu hoje que o seu partido "não se apoia na autoexclusão", considerando que, para "mudar o estado das coisas, é necessário estar na vida política do país".

Líder do Movimento Democrático diz que o seu partido "não se auto-exclui"
Notícias ao Minuto

21:12 - 28/01/15 por Lusa

Mundo Moçambique

Num texto colocado na página do MDM da rede social Facebook, Daviz Simango explicou por que razão os eleitos pelo MDM, terceira força mais votada nas eleições gerais de 15 de outubro passado, tomaram posse dos respetivos cargos.

"Deixar de assumir os cargos seria virar as costas ao povo que votou nos membros do MDM, seria negar aos eleitores que tenham voz na Assembleia da República e nas Assembleias Provinciais. Tomamos posse em respeito dos votos que nos foram atribuídos - ainda que muito menos do que os votos de facto - e é com esses recursos que vamos lutar para que a soberania resida no povo", salientou.

"Também não fugimos à luta da vida republicana e assistimos à cerimónia de tomada de posse para, frente a frente com os que usurpam o poder, vermos até onde vai esta vergonha. Que os compromissos assumidos sejam cumpridos e seremos as testemunhas que não se poderão calar", acrescentou Simango, que ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais, realizadas na mesma data que as gerais.

Sem nunca referir a Frelimo, no poder, ou a Renamo, segunda força mais votada, Daviz Simango reafirma que deve ficar claro que o MDM continua a questionar os resultados eleitorais.

"Que fique claro que nunca concordamos com a maneira como as eleições gerais de outubro passado foram conduzidas (...) Longe de aceitarmos as injustiças, abusos, fraudes e violências cometidas durante o processo eleitoral, lutamos com a bandeira da coerência ao declararmos nossa posição de repúdio à situação e ao processar juridicamente todos os atos ilícitos cometidos durante as eleições", escreveu.

Moçambique realizou eleições gerais (assembleias provinciais, legislativas e presidenciais) a 15 de outubro, cujos resultados proclamados, e rejeitados pela oposição, deram a vitória à Frelimo e ao seu candidato presidencial Filipe Nyusi, colocando a Renamo e o seu líder, Afonso Dhlakama em segundo lugar e o MDM e o seu presidente, Daviz Simango em terceiro.

Na terça-feira, Afonso Dhlakama, que rejeita terminantemente os resultados eleitorais, apontou a capital da província de Nampula como a possível sede da "região autónoma de Moçambique", que ameaça criar no centro e no norte do país, segundo noticiou a imprensa local.

A Renamo, que não reconhece os resultados eleitorais das eleições de 15 de outubro, alegando que foram falseados, insistiu na criação da república autónoma do centro e do norte de Moçambique, o que permitiria ao partido governar nas províncias em que Afonso Dhlakama obteve mais votos do que o atual Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.

No texto que publicou hoje no Facebook, Daviz Simango afirma: "[não se pode], como muitas vezes se tem vontade com bandidos que nos roubam em nossas vilas, fazer justiça com as próprias mãos".

"Não se acaba com a criminalidade com banhos de sangue, assim como não se constroem democracias da mesma forma. Precisamos fortalecer nossas instituições e a única forma de se fazer isso é assumindo nossas responsabilidades, cobrando e vigiando aqueles que querem nos usurpar", sustentou.

A concluir o texto, Simango adiantou: "a coragem não se mede pelo medo que se gera aos outros. Mas sim pelo compromisso em continuar avançando com as armas da luta diária das leis, da contestação e da conquista da estabilidade política e social, refletida na melhoria da qualidade de vida do nosso povo".

"É com essas armas que lutamos e lutaremos, implacavelmente. E é com essas armas que temos certeza de que Moçambique poderá caminhar para dias melhores, com progresso, desenvolvimento e, principalmente, paz", conclui.

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