"Deveríamos ter enviado alguém ao mais alto nível", admitiu Josh Earnest, porta-voz da administração norte-americana, em resposta às duras críticas feitas pela imprensa norte-americana sobre a ausência do Presidente Barack Obama ou de outro responsável do executivo, como o vice-presidente Joe Biden ou o secretário de Estado John Kerry, neste evento sem precedentes.
Obama está a ser duramente criticado por vários 'media' norte-americanos por não ter participado na grande marcha contra o terrorismo, realizada após os ataques 'jihadistas' que fizeram 17 mortos na semana passada na capital francesa.
"Deixaste cair o mundo", exibia hoje a primeira página do jornal New York Daily News, numa referência a Obama.
Vários líderes mundiais deslocaram-se a Paris para participar nesta marcha de apoio às vítimas dos ataques que chocaram a França e o mundo inteiro.
Ao lado do Presidente francês, François Hollande, estiveram na marcha os líderes do Reino Unido, Espanha, Itália, Alemanha e Portugal, mas também altos representantes de Israel, da Palestina e da Jordânia.
Os Estados Unidos foram representados pela embaixadora norte-americana em Paris, Jane Hartley.
"Como americano, gostaria de ter sido melhor representado nesta bela marcha", lamentou Jake Tapper, durante uma reportagem na estação CNN.
Também a revista norte-americana especializada Politico abordou a ausência de altos representantes nesta manifestação antiterrorista num artigo com o título "Obama virou as costas a França".
O secretário da Justiça norte-americano, Eric Holder, estava em Paris, mas não desfilou com os líderes internacionais. O chefe da diplomacia norte-americana, John Kerry, estava a realizar uma visita à Índia.
Obama e Biden não tinham eventos programados na agenda oficial para o dia da marcha em Paris.
Kerry anunciou hoje entretanto que vai deslocar-se sexta-feira a Paris para encontros com as autoridades francesas, tentando minimizar as críticas contra a administração norte-americana.
"Vou viajar quinta-feira e estarei [em Paris] na sexta-feira", afirmou John Kerry, referindo que pretende mostrar a relação entre os Estados Unidos e o seu aliado mais antigo.
"As relações com a França não têm um dia ou um momento específico", acrescentou o secretário de Estado norte-americano.