As primeiras ações partiram de praticamente todas as câmaras municipais do país, que se juntaram na recolha de donativos para ajudar as mais de mil pessoas desalojadas de Chã das Caldeiras.

Enquanto a Câmara Municipal da vizinha ilha da Brava organiza no sábado uma campanha de recolha de roupas e alimentos a congénere da Praia, cidade onde residem muitos foguenses, vai realizar, a 07 de dezembro, um espetáculo de beneficiência.

As câmaras municipais de Santa Cruz, Santa Catarina, Sal e Boavista também já têm no terreno várias campanhas de angariação de apoios, recolha de alimentos, vestuário, calçado e roupas.

A Fundação Cabo-verdiana de Ação Social Escolar (FICASE) apoiou com alimentos e vestuários, tal como as empresas MOAVE e ENACOL, a Fundação Carlos Albertino Veiga e a Igreja Assembleia de Deus, entre outras.

A seleção cabo-verdiana de futebol também vai desencadear uma campanha de angariação de fundos, a nível nacional e internacional, tendo o capitão Marco Soares garantido à Rádio de Cabo Verde que a ideia já foi bem acolhida por todos os jogadores.

Na diáspora, os alunos de Cabo Verde que estão a fazer o doutoramento na Universidade dos Açores vão ao país de origem para acompanhar os trabalhos de monitorização do vulcão, que desde domingo está a expelir lavas que estão a engolir casas, terrenos agrícolas e estradas.

O operador turístico Soltrópico também lançou uma campanha de solidariedade e vai apoiar a população do Fogo, doando 20 euros em todas as reservas feitas para Cabo Verde até dezembro.

Em comunicado, o diretor comercial da operadora, Nuno Anjos, apelou outras empresas e instituições a fazer chegar os seus apoios às instalações da Soltrópico, que por sua vez fará chegar os mesmos às populações afetadas.

A União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) está a coordenar uma recolha de donativos, que, segundo avançou em comunicado o presidente Vítor Ramalho, depois serão entregues à Cruz Vermelha de Cabo Verde.

Um grupo de pessoas denominado "Amigos do Fogo" constituiu uma comissão de trabalho para coordenar todos os apoios solidários em género ou dinheiro que chegam à ilha para os desalojados de Chã das Caldeiras.

Em declarações à Inforpress, João Miguel Alves, um dos elementos do grupo, adiantou que já tem alguns mecanismos de apoio no terreno, bem como a abertura de contas em bancos cabo-verdianos (Banco Cabo-verdiano de Negócios (BCN) com o número 5696870101) para donativos financeiros.

O responsável indicou que está previsto chegar, na próxima semana, um contentor com géneros recolhidos por cabo-verdianos na Holanda, que seguem o exemplo da comunidade cabo-verdiana espalhada em vários outros países.

Segundo a imprensa cabo-verdiana, a nível local, várias instituições públicas, privadas e religiosas têm apoiado os deslocados que se encontram instalados em três centros e acolhimento em Mosteiros e Achada Furna (Santa Catarina) e Monte Grande (São Filipe).

A erupção vulcânica, que se iniciou no domingo, já provocou a destruição de 15 residências na localidade de Portela, 14 cisternas de água, 15 currais, duas casas de apoio à agricultura e uma vasta área rural, não havendo, contudo, registo de vítimas.